O reforço suíço Seferovic marcou em todos os jogos oficiais do Benfica, mas em Trás-os-Montes deu os três pontos na vitória pela margem mínima sobre o Desportivo de Chaves, que continua sem pontos no final da 2ª jornada.

Em dia de estreias, a começar pela nova bancada do Municipal Engº Branco Teixeira, a entrada de Furlan para o lado esquerdo da defesa, em estreia absoluta do brasileiro no futebol português, foi a grande novidade de Luís Castro, que lançou ainda o médio Tiago Galvão e Jorginho no onze inicial, face ao último encontro. Rúben Ferreira, de titular para a bancada, e Bressan e Davidson, de titulares para o banco, foram os sacrificados.

Contrastando com a equipa da casa - tal como nos resultados, pois o Benfica venceu na primeira jornada e o Desp. Chaves perdeu-, Rui Vitória repetiu o onze da ronda inaugural.

O técnico Luís Castro tinha prometido e cumpriu: jogou de olhos nos olhos com o campeão nacional. Resultado, o jogo foi aberto, com a bola sempre perto das balizas e com os dois conjuntos a criarem situações de finalização.

Os meio-campos chocaram de frente, em duelos intensos de Tiba com Pizzi, ou de Cervi com Galvão, que precisavam de ser rápidos para servir os homens na frente.

Salvio remou contra um ataque flaviense personalizado

De um lado, o argentino Salvio foi o ‘abono’ de família dos benfiquistas na primeira metade, sendo o que mais tentou o golo antes de duas situações de Seferovic. Na outra baliza, os dois alas dos transmontanos, Matheus Pereira e Jorginho, davam muito que fazer à defensiva visitante.

Aos oito minutos, Salvio tentou o primeiro num movimento bem executado da direita para o centro, mas o remate de pé esquerdo saiu fraco e fácil para Ricardo.

Do outro lado, ao 14 minutos, Jorginho já arrancava o amarelo ao André Almeida, que se via ‘grego’ para o travar e nem a ajuda de Salvio lhe valia. O extremo, em estreia absoluta pelo Desportivo de Chaves, também tentou o golo, sem sucesso, aos 17 minutos.

Respondia o Benfica sempre que os flavienses sem aproximavam da baliza de Varela e no mesmo minuto é Salvio a criar mais uma situação, ao aproveitar uma jogada estudada de canto para à entrada da área atirar junto ao poste. Ricardo, com dificuldades, defendeu. 

Se os encarnados estavam perto de marcar, Matheus Pereira colocou em sentido toda a defensiva do tetra campeão, ao bailar sobre a ala, deixando dos defesas pregados ao relvado, e a servir Galvão que de bicicleta apenas assustou.

Dependentes de Salvio, o argentino não desistiu do golo e aos 25 podia mesmo ter faturado, ao isolar-se numa diagonal a tirar a bola do raio de ação de Ricardo, mas a ver Nuno André Coelho limpar em cima da linha. 

Paragem não retirou intensidade

As duas equipas colocaram uma intensidade ao jogo tão grande que aos 29 minutos o árbitro Jorge Sousa parou o jogo, numa pausa técnica para hidratação que as duas equipas (e o árbitro) agradeceram.

Sem tanto perigo, mas na mesma toada, a partida foi-se aproximando do intervalo. Com três cantos consecutivos para a equipa da casa, parecia em dificuldades o Benfica.

Mas Seferovic acabou por ter as duas últimas situações: primeiro Nuno André Coelho voltou a barrar o remate que parecia promissor e depois o suíço, sem oposição, rematou por cima de pé esquerdo, ao tentar bater Ricardo em jeito.

Tempestade antes da acalmia

Se os transmontanos já não tiveram tempo para responder, no recomeço o Benfica apanhou um susto enorme, numa transição rápida promovida por Tiba que, ao romper pela direita, conseguiu servir Jorginho do outro lado. O extremo guineense teve tempo para preparar o remate mas Bruno Varela respondeu com eficácia.

Já se jogava a segunda parte mas o jogo continuava igual e no minuto seguinte Jonas acertou no poste. O goleador brasileiro aparecia finalmente para tentar o golo, servido magistralmente por Salvio, mas tirou demais as medidas à baliza flaviense e atirou com estrondo ao ferro. E ainda só se tinham jogado três minutos.

Alguma vez tinha de terminar mas o jogo ficou ‘finalmente’ morno após a oportunidade de Jonas. Os lisboetas passaram a controlar o ritmo de jogo e instalaram-se no meio campo adversário mais vezes. Mas ainda era preciso chegar ao golo e destronar a solidez defensiva da equipa de Trás-os-Montes.

Cervi foi o que mais tentou nesta fase do encontro, conseguindo encontrar espaços até então inexistentes, mas viu Ricardo evitar o golo ao 60 e 61m. Aos 62 foi Pizzi a romper a defensiva, mas mesmo na hora ‘h’ Domingos Duarte evitou o toque final e na insistência Seferovic cabeceou por cima em excelente posição.

Do outro lado montava-se uma teia na cabeça de Luís Castro. primeiro, mandou trocar os extremos de posição, com Jorginho a atacar pela direita e Matheus Pereira do outro lado. Depois, fez uma dupla substituição ao minuto 64, para refrescar o meio-campo: para os lugares de Tiba e Galvão entraram Felipe Melo e Bressan.

O sector de maior desgaste mantinha-se fresco, o que promovia a capacidade dos flavienses saírem em transições rápidas. A única contrariedade na estratégia acabou por ser a lesão de Furlan, já aos 82 minutos, levando à entrada ‘adaptada’ de Pedro Queirós para o lado esquerdo da defesa.

Relógio suíço na hora certa

Apesar do domínio, os benfiquistas tinham dificuldades em criar verdadeiras situações de perigo. Rui Vitória refrescou o ataque, lançando primeiro Rafa e depois Raul Jimenez, para o lugar de Cervi e Salvio.

Num jogo muito mais tático e menos emocional, cabia aos visitantes procurarem quebrar a muralha flaviense que se tinha erguido.

O desgaste físico da equipa da casa apareceu nos instantes finais, com paragens a condicionarem o ritmo do encontro, mas havia ainda um ‘truque’ na manga encarnada.

Já em plenos descontos, e quando nada fazia prever, pois o perigo já andava longe do encontro, a festa foi mesmo benfiquista no Municipal de Chaves. Em esforço, Rafa ganhou a linha de fundo pela direita, cruzou rasteiro para Seferovic, e o suíço parecia encurralado na área. Pura ilusão. Um toque subtil mas magistral fez a bola parar no fundo das redes, num balde de água frio tremendo para os flavienses.