Declarações de Rui Duarte, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (4-3) na receção ao Casa Pia, que mantém os guerreiros na luta pelo pódio:

«O segredo foi nunca deixar de acreditar. Até entrámos bem no jogo, até aos 25 minutos. Parece que caímos na tentação de circular a bola, ter posse e sermos pouco agressivos. Depois quando a perdíamos estávamos mal colocados. O Casa Pia joga bem, foi crescendo, teve saídas que nos fez perder a tranquilidade. Sofremos o golo numa saída nossa que tínhamos treinado e não era nada daquilo. Na segunda parte tentámos ter um pouco mais de paixão naquilo que fazemos, com bola e sem bola, sendo agressivos, mas voltámos a não entrar bem, um pouco adormecidos; o segundo golo é caricato, um jogador a transportar a bola e remata rasteirinho sem qualquer pressão. Caímos, mas levantamo-nos como verdadeiros guerreiros, com uma atitude incrível, muita alma, muita mais vontade de ganhar, com paixão, chegámos com toda a justiça ao 3-2. Caricato: voltámos a levar outra paulada, levámos o 3-3 e ficámos com dez. Mais uma vez mostrámos que somos homens, que sabemos o que queremos e estamos aí para a luta, somos uma verdadeira equipa e uma família dentro de campo. Vitória justa, tenho de dar os parabéns aos meus jogadores, tiveram um espírito incrível, mas com coisas a melhorar».

[Bipolaridade da equipa] «Não é novo. Não sei, há coisas que temos de mudar. Por vezes até podemos não jogar muito bem, mas temos de ter uma crença e uma alma incrível para ultrapassar certas barreiras. Temos de correr, lutar pela equipa, sofrer pelo colega que está ao lado. Durante o jogo a bipolaridade acaba por acontecer, mas soubemos reagir como uma verdadeira equipa».

[Saída de Banza] «Foi uma opção técnica, o Abel tem treinado muito bem, tem correspondido, hoje é o homem do jogo, demonstra grande capacidade nos treinos e vontade de ajudar a equipa. No último jogo esteve de fora por castigo e hoje volta para ajudar a equipa. Toda a gente que entrou ajudou a equipa, acrescentou, principalmente na fase em que estávamos a menos um».

[Expulsão] «Não disse nada, simplesmente abri os braços porque a falta é a nosso favor. Tem acontecido em vários jogos, a equipa é penalizada. Apenas fiquei espantado como marca falta. Não posso viver o jogo de forma intensa? Tenho de estar de mãos nos bolsos ou atrás das costas. Não merecemos o respeito pela forma como trabalhamos? Fico incrédulo, nem tenho cabeça para falta ao respeito a ninguém, sabem que estou a passar uma fase difícil, mas não sei o que fiz para ser expulso».