O Sporting voltou a ser feliz no Estádio do Bonfim, onde não vencia desde 2010. E onde, na temporada passada, começou a perder-se na corrida luta pelo título, em março, após empatar a duas bolas.

Marco Silva prometeu romper com o passado recente e conseguiu-o. Desde logo pela aposta de Tanaka no onze inicial. Deixando no banco Slimani e Montero, que na primeira volta do campeonato se tinham estreado como dupla atacante frente ao mesmo adversário.

Com o objetivo de garantir a manutenção, o quanto antes, também Bruno Ribeiro mudou o protagonista do ataque: fez sentar Rambé e apostou em Suk. No primeiro tempo, o coreano não acrescentou nada, na segunda sim.

Mas vamos por partes.

Cinco minutos de leão

Na primeira metade, o V. Setúbal entrou bem melhor do que o Sporting, com Zequinha e Advíncula a dar trabalho aos laterais sportinguistas e João Schmidt a fazer-se ao golo. Foi a ele que pertenceu o primeiro remate do jogo e também a primeira grande oportunidade.

Com os sadinos chegados à área verde e branca, aos oito minutos, Schmidt de cabeça obrigou Rui Patrício à primeira defesa da tarde-noite. Podia ter dado golo, não fosse a rápida intervenção do guardião.

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O «susto» fez bem ao Sporting, que aí, e só a partir dos 10 minutos, começou a entrar no jogo.

Consequência disso, aos 14 minutos, João Mário quase inaugurava o marcador. Jogada de entendimento entre Carrillo, Tanaka, Adrien e Carlos Mané, para o remate do «camisola 17» a ir às mãos de Raeder.

A seguir, mais bola para o Sporting, que crescia no encontro, ao invés do Vitória que perdia o folego inicial. A formação sadina só chegava à área leonina no contra-ataque, mas tanto Miguel Lopes como Jefferson, que teve mais trabalho, souberam responder.

Aos 29 minutos, a segunda oportunidade do Sporting: canto de Jefferson na esquerda, com Paulo Oliveira a cabecear para defesa apertada de Raeder, que levou a bola ao ferro. Muita passividade da defesa sadina, comprovada logo depois pelo surgimento de Adrien na frontal da baliza. Valeu um corte quase por acaso.

Cheirava a golo, mas foi preciso esperar mais dez minutos. Com a defesa do V. Setúbal a «dormir», bom passe de Miguel Lopes na direita, com Carlos Mané a surgir e a desviar para o segundo poste. Estava feito o primeiro e a garantia de um Sporting melhor.

Cinco minutos depois, o 0-2. Passe longo de Adrien para as costas de Hélder Cabral, com o Tanaka a desmarcar-se e a chutar em força. Boa vantagem do Sporting para o segundo tempo, mas nada resolvido.

Atenção, que já recomeçou!

Na segunda metade, os primeiros minutos pareciam tirados da primeira parte. O V. Setúbal entrou melhor e ainda com muita gente de pé, já Suk modificava o marcador. Jogada incrível do coreano, que passou por Ewerton, sentou Rui Patrício e empurrou para o 1-2.

O Sporting teve de voltar ao jogo. Aos 54 minutos, Pedro Queirós afastou um cruzamento de Carrillo que ia direito para Tanaka. A seguir, foi Ewerton a cabecear ao lado, após passe de Adrien.

Os sadinos responderam com Paulo Tavares num remate perigoso, contudo, a sair ao lado. Lance que originou confusão na área, com Frederico Venâncio e Ewerton. Olegário Benquerença mostrou amarelo aos dois e o central da casa acabou por ser expulso, ficando o Vitória reduzido a dez unidades.

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No entanto, a vantagem numérica não durou mais do que três minutos. Aos 64, Ewerton fez falta à entrada da área e recebeu ordem de expulsão.

No dez para dez, o jogo perdeu folgor. Marco Silva tirou João Mário e fez entrar Tobias Figueiredo, para restabelecer a ordem na defesa. E mais tarde fez entrar Slimani, para o lugar de Tanaka. Já Bruno Ribeiro tirou Zequinha e pôs Pelkas.

Sangue novo, mas o jogo continuou com os protagonistas do início. Aos 72 minutos, Carrillo obrigou Raeder a uma excelente defesa. E a seguir foi Advíncula quem permitiu uma defesa fácil a Rui Patrício. Logo depois, pressionado pelo ataque sadino, o guardião teve de chutar a bola pela linha lateral.

Até ao final, pouco mais... mas houve quase golo aos 90+2. Bom passe de João Schmidt, com Lupeta a sair bem na direita e a chegar à baliza de Rui Patrício, mas a chutar por cima.