Cinco minutos de sonho (e um Pica tão desinspirado quanto certeiro) desequilibraram a balança a favor do V. Setúbal na receção ao Tondela no último sopro da Liga em 2016.

O conjunto orientado por José Couceiro soma agora 19 pontos no campeonato. Campanha segura, sem sobressaltos, ao contrário dos tondelenses, que não conseguem escapar à cauda da classificação.

Aqueles cinco minutos de blackout, já na reta final da primeira parte, acabaram por punir um Tondela que até então se tinha mostrado bem organizado em campo.

FILME E FICHA DE JOGO

O Vitória assumia as despesas do jogo, mas tinha manifestas dificuldades para desposicionar a defesa da equipa de Petit, com os centrais bem guardados por Bruno Monteiro e Fernando Ferreira.

Em contra-ataque, os tondelenses iam pondo os nervos em franja aos adeptos sadinos, muito por culpa da vertigem de Jhon Murillo, que conseguia abrir brechas na defensiva sadina sempre que era lançado em velocidade.

Aos 36 minutos, quando o Vitória chegou ao golo, até eram os visitantes quem pareciam estar mais confortáveis em campo. Nuno Pinto cruzou rasteiro da esquerda à procura de Edinho, mas acabou por ser Pica a marcar na própria baliza. Aos 41’, João Amaral, lançado por Ryan Gauld (depois de um erro crasso de Lystcov), ampliou a contagem com um remate lateral.

Com uma espécie de pré-sentença assinada ao intervalo, a equipa de Petit precisava de uma entrada forte no segundo tempo para regressar à discussão do jogo.

Curiosamente, foram os sadinos quem entraram a todo o gás e fizeram por justificar (mais do que no primeiro tempo, diga-se) o triunfo robusto que acabou por acontecer.

Em menos de 15 minutos, os três ferros abençoaram a equipa de Petit. Primeiro foi Ryan Gauld ao poste direito, depois Edinho à barra. O avançado veterano voltaria a ficar perto do golo aos 64’ com um remate ao ferro esquerdo desviado por Cláudio Ramos.

Se as equipas tinham recolhido aos balneários com o resultado inflacionado para os sadinos, a verdade é que começava a parecer escasso para o que se via da equipa de José Couceiro, numa posição cada vez mais dominante em campo e que as substituições dos visitantes pareciam não conseguir contrariar.

O terceiro chegou pelo homem mais azarado da noite. Pica, o herói do Vitória-Tondela da época passada (marcou num triunfo importantíssimo por 1-0 em abril), voltou a marcar na própria baliza quando tentava evitar que um livre lateral chegasse a Edinho.

Em vésperas de quadra natalícia, acabou por ser um infeliz Pica a embrulhar um presente com três pontos para os sadinos.

Há como sobreviver a isto?