Vitória. Vitória.

Ah, como é tão bom o futebol solto de amarras.

Aquele em que as duas equipas em campo, mais do que preocuparem-se em não perder, mostram que querem ganhar. Que querem a vitória.

Parece uma ideia inatacável, não é verdade? Pois bem, mas não era bem isso que se via a cada quinze dias no Bonfim. E foi isso a que se assistiu neste domingo entre Vitórias.

Um jogo aberto, com oportunidades para as duas equipas e a emoção que tanta falta parecia fazer aos adeptos do Vitória sadino.

E o responsável pela mudança nem sequer esteve dentro de campo. Júlio Velazquez, treinador espanhol que fez a estreia na Liga como treinador do V. Setúbal virou a equipa do avesso e colocou-a a jogar para a frente.

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Se a primeira amostra tinha tido nota negativa no Dragão – ainda que fosse uma análise muito condicionada por uma expulsão prematura -, nesta partida afastaram-se as dúvidas: é mesmo outra equipa.

Até porque quem estava do outro lado era um dos conjuntos que mais agrada a quem defende um futebol positivo. E o V. Guimarães de Ivo Vieira teve muitas dificuldades em colocar em prática o seu futebol.

Porque apesar de o V. Setúbal ter aparecido com uma vocação muito mais ofensiva do que vinha a ser habitual, não foi por isso que deixou de defender bem.

Sofreu o primeiro golo da época em casa, é verdade, mas esteve sempre mais perto de ganhar. O que agradou sobremaneira aos sues fiéis apoiantes, que vários minutos após o apito final brindaram a equipa com cânticos de apoio.

E mesmo depois de André Pereira ter inaugurado o marcador, logo a abrir a segunda parte, os homens de Velazquez nunca se encolheram ou deixaram de acreditar na nova ideia de jogo.

Foi isso, aliás, que lhes valeu o golo do empate, apontado por Ghilas. Mais: foi isso que os deixou à beira de conquistar os três pontos.

O jogo deu empate, é certo. Mas foi um empate aplaudido de pé por todos.

A muralha de imbatibilidade de Bonfim caiu, mas foi por um bem maior: o futebol.