Não dá para respirar, mas dá para ver a superfície. O Paços de Ferreira voltou aos triunfos na tarde deste sábado, após cinco jogos sem vencer, conquistando em Vizela três precisos pontos na luta pela manutenção. Golos de Gaitán e de Paulo Bernardo deram o triunfo (1-2) aos castores.

Sem vencer há mês e meio, o conjunto de César Peixoto entrou em campo moralizado após a derrota caseira do Marítimo frente ao Vitória de Guimarães. A cinco pontos do lugar que garante o play-off, os castores souberam aproveitar a oportunidade com uma grande dose de pragmatismo perante um Vizela que perdeu pela segunda ronda consecutiva.

O Paços encurta a desvantagem para dois pontos, relativamente ao antepenúltimo lugar, num jogo em que foi organizado e letal. Soube ler os momentos do jogo de forma a sobrepor-se a um Vizela que esteve uns furos abaixo daquilo que costuma fazer.

Apostado em regressar aos triunfos, que escaparam nos últimos dois jogos após uma série positiva a vencer, o Vizela tentou entrar mandão no jogo. Teve ascendente, assumiu as despesas do jogo, mas de uma forma algo trapalhona, desmesurada até na ânsia de se sobrepor ao adversário.

Mas, pela frente encontrou um Paços que apesar de estar com a corda na garganta, não se deixou levar pelas emoções nem pelos impulsos. As três derrotas consecutivas não tiveram interferência na organização da equipa montada por César Peixoto, que se manteve coesa e acrescentou a isso outra característica: foi letal. De um roubo de bola, rapidamente os castores colocaram Gaitán à entrada da área em posição de remate. De bico, o argentino não desperdiçou à passagem do quarto de hora.

Enérgico a tentar responder, mas sem se conseguir articular, o Vizela sofreu o segundo na sequência de um pontapé de canto, pouco depois de cumprida meia hora de jogo. Má abordagem do Vizela ao lance, Paulo Bernardo dividiu a bola com Kiki na pequena área, empurrando de pé direito para o fundo das redes. Em ambos os lances os vizelenses pediram falta.

Ainda antes do intervalo, em mais um bom momento do ataque pacense, Paulo Bernardo disferiu uma autêntica bomba, fazendo estremecer a baliza vizelense, num sinal claro da confiança dos pupilos de César Peixoto.

Uma confiança que se notou na forma como mantiveram o jogo com um ritmo baixo na segunda metade, anulando um Vizela que à boleia do seu ímpeto costuma ser forte. Mas, a realidade é que neste final de tarde, também muito por força da atuação do Paços – a juntar à desinspiração – o Vizela tardou a encontrar-se.

O golo de Lacava, a treze minutos dos noventa, serviu para manter o jogo vivo até ao apito final, mas apenas isso. Desta vez a crença vizelense não deu frutos, com a equipa a mostrar-se amorfa na corrida atrás do prejuízo. Os três pontos vão para Paços, com os castores a aproximarem-se da superfície.