A transferência de Luís Figo do Barcelona para o Real Madrid foi das mais polémicas da história do futebol, de tal forma que, dezassete anos depois, o antigo internacional português continua a explicar o que o levou a mudar de camisola naquele ano de 2000. Numa entrevista ao site LaLiga, o antigo extremo recordou os principais passos da sua carreira e também falou na formação do Sporting.

Uma entrevista em que Luís Figo reviu todos os marcos da sua carreira, a começar pelos primeiros passos no Sporting, um clube que trabalha com o objetivo de «formar jovens». «Creio que que se trabalha bem, com um objetivo claro, não unicamente desportivo, mas também de formar os jovens. É uma academia que durante muitos anos teve Aurélio Pereira, um coordenador com muita experiência e uma boa forma de descobrir bons jogadores por todo o país. Além disso, é muito importante para os mais jovens que tenham uma referência como, no meu caso, tive a referência de Futre», destacou.

Mas o facto mais marcante da carreira de Luís Figo acabou mesmo por ser a mudança de «blaugrenat» para «blanco» no verão de 2000. «Se não te sentes cem por cento reconhecido naquilo a que te entregas e naquilo que fazes, não pelas pessoas, mas sim pelos que mandam e gerem o clube, quando recebes propostas, pensas em mudar, foi o que aconteceu», destacou o antigo internacional português.

O antigo extremo reconhece que não foi uma decisão fácil e que «houve momentos» em que esteve quase para desistir de ir para Madrid. «Não era só a parte desportiva e económica, envolvia mais pessoas e quando decides já não há volta atrás», revelou.

Figo chegou a Espanha na temporada de 1995/96 para assinar pelo Barcelona de Johan Cruijff, uma «experiência fantástica» para o antigo jogador. «Conheci uma filosofia totalmente nova de treinar e ver futebol. Foi a minha primeira experiência fora de Portugal e não podia ter começado melhor. Só estive um ano com ele [Cruijff], mas os métodos dele foram seguidos por muita gente que está agora a treinar e isso diz bem quem ele era», recordou.

Já reformado, Luís Figo tem agora dois amigos ao comando do Real Madrid e Barcelona. »O Zinedine Zidane está fazer um grande trabalho. O Real Madrid é um clube difícil porque exige sempre resultados imediatos e melhorar isso é difícil». Quanto a Luis Enrique. «Está a fazer um trabalho fenomenal. Já ganhou muitos títulos e já impôs o seu cunho pessoal. Desejo-lhe o melhor, embora esteja num clube rival», acrescentou.

Em jeito de balanço dos vinte anos de carreira, Figo destaca o «reconhecimento e respeito» dos companheiros», mais do que as «amizades que possas ter e das pessoas que possas conhecer».