A figura: Baba

Oito golos na Liga 2011/12. Melhor marcador da competição, deixando Éder (V. Guimarães) a um golo de distância e Cardozo e Wolfswinkel a dois, enquanto estes não entram em campo. A sua transferência para o Celtic de Glasgow caiu por terra no último momento e o futebol português ficou a ganhar. O avançado denota um faro tremendo pelo golo. Inaugurou a contagem com o pé direito, bisou de cabeça e ainda viu um tento anulado pelo meio, por fora-de-jogo. Imparável.

A desilusão: nenhuma

Este foi um dos jogos mais interessantes da Liga 2011/12 e seria injusto nomear culpados pelo triunfo do Marítimo. A equipa insular esteve melhor durante o encontro mas a Académica, que parece perder algum gás na Liga, nunca desistiu. Uma boa propaganda para o futebol português, com cinco golos.

O momento: minuto 49

O Marítimo entrou bem no jogo e parecia destinado ao triunfo, mesmo perante o 2-1 ao intervalo. Contudo, logo após o reatamento, Marinho empatou. Tudo parecia comprometido, mas a resposta surgiu em dois minutos. Sami assistiu, Baba marcou. Eficácia extrema para um dos melhores ataques do futebol português.

Outros destaques:

Sami

Um bom talento da Guiné-Bissau, resgatado à equipa B do Marítimo. O clube da Madeira manteve a aposta na equipa secundária quando os grandes deixaram de o fazer. Talentos como Sami ou Ruben Ferreira justificam o investimento. Cresceram nas proximidades da equipa principal, aprenderam as regras da casa e estão a afirmar-se na formação orientada por Pedro Martins. Sami iniciou o lance do 1-0, fez o segundo e assistiu Baba para o terceiro. Que pedir mais?

Marinho

Empurrou a Académica para a frente quando tudo parecia perdido. Ganhou o lugar a Diogo Valente e procurou criar desequilíbrios nos flancos. Se a equipa de Pedro Emanuel esteve na discussão do encontro durante largo período, isso em muito se deve a Marinho, um extremo pequeno mas veloz e acutilante. Conquistou um canto na primeira parte, assumiu a conversão e colocou a bola na cabeça de João Real para o 2-1. Após o intervalo, ganhou em velocidade a Ruben Ferreira para o 2-2. O Marítimo garantiu nova vantagem mas Marinho obrigou Peçanha a voar para segurar os três pontos, com um belo remate com o pé esquerdo. Não podia fazer muito mais.

Peçanha

Importante na etapa complementar, ao segurar a vantagem de 3-2. Voou para negar o golo a Marinho e a Habib, este já nos minutos finais da partida. Defesas que valem pontos.

Danilo Dias

Mais uma exibição de qualidade na frente de ataque do Marítimo. Colocado à direita num tridente ofensivo que está a encantar os adeptos da Liga portuguesa, Danilo Dias foge por vezes do corredor para criar desequilíbrios ao centro, a sua zona de conforto. Foi assim que lançou Baba no lance do primeiro golo. Esteve também no 2-0, percebendo a corrida de Rafael Miranda, isto depois de ter atirado uma bola ao poste, em excelente posição. Caiu de produção na segunda parte.

Rafael Miranda

Ponto de equilíbrio no futebol do Marítimo, equipa com uma estrutura sólida e perfeitamente definida por Pedro Martins. Rafael Miranda ataca a preceito e fecha a meio-campo quando a formação insular perde a posse de bola. Aliás, o exercício de recuperação do esférico é uma das chaves do sucesso deste Marítimo. Para isso, muito contribui o sector intermediário, com pressão alta no meio-campo adversário.

João Real

Melhor a atacar que a defender. Apontou o seu segundo golo na Liga 2011/12, num exemplar cabeceamento de cima para baixo, ainda na primeira parte. Contudo, não escapou incólume ao desnorte defensivo da Académica. Concedeu espaços à ofensiva do Marítimo. No 3-2, por exemplo, fez um corte incompleto e colocou a bola nos pés de Sami. Este cruzou para Baba e João Real não estava lá.