Começou mal e acabou a golear. Depois do empate do FC Porto e das vitórias do Sporting e do Braga, o Benfica iniciou o desafio sabendo dos resultados dos seus opositores. Os primeiros 20 minutos do jogo demonstraram que esta não era uma tarefa fácil, mas os jogadores verde-rubros trataram de dar uma ajudinha. Os encarnados colam-se aos arsenalistas no topo e fogem ao F.C. Porto. Para além disso, voltaram às goleadas, no primeiro jogo da segunda volta.
Jesus voltou a apostar na sua equipa ideal, sem surpresas e sem um sistema táctico diferenciado do habitual. Voltou a montar a equipa em três linhas próximas umas das outras, com Javi Garcia, Aimar e os centrais Luisão e David Luiz como orientadores, apoiados pela irreverência das laterais entregues a Ramires e Di María. Na parte ofensiva utilizava o 4X4X2, enquanto defendia com base no 4X1X3X2.
Mitchell Van der Gaag apostava no 4X3X3, com Pitbull e Baba a servirem de homens de referência na área encarnada. E até nem começaram mal. Logo no primeiro minuto, a bola batia no poste de Quim, depois de desviada por David Luz. Era um aviso nos pés de Pitbull.
O Benfica continuava a circular a bola entre os seus jogadores, o Marítimo controlava a partida e até era mais perigoso. Peçanha era um mero espectador, Quim, nem por isso.
Alguém se esqueceu de Saviola
Na primeira vez que foi chamado a intervir, Peçanha fez três defesas. Duas a remates de Cardozo, e uma outra a remate de Aimar. Mas não foi capaz de travar o «pequenino» Saviola. Outra vez solto, outra vez ao segundo poste, o avançado do Benfica respondeu da melhor maneira a um cruzamento de Cardozo. Estava feito o mais complicado. O resto, os jogadores do Marítimo acabaram por estragar.
Olberdam foi expulso por palavras dirigidas a João Ferreira, dois minutos após o golo de Saviola. Para agravar a situação, Maxi Pereira fazia o 2-0, depois de uma magnífica jogada de Di Maria e o Benfica já dava sinais de voltar a golear.
Começava, aqui, a derrocada do Marítimo, e ainda antes do intervalo, Cardozo fazia, de penalty, o 3-0. Na mesma jogada, o Marítimo ficava reduzido a nove unidades por expulsão (toque deliberado na bola) de Robson. Começava a segunda parte praticamente com um autogolo de Roberto Sousa (51 minutos) e uma perdida incrível de Manú. Quim estava batido. O Benfica carregava, agora com Éder Luis e Carlos Martins.
Meia hora final a «meio gás»
Pelas circunstâncias do jogo (as expulsões dos jogadores do Marítimo), a última meia hora foi algo penosa. O Marítimo não conseguia chegar-se à baliza de Quim, o Benfica circulava mais a bola, mas também é verdade que poucas vezes criou lances de perigo junto da baliza de Peçanha.
Luisão ainda fez o 5-0, num lance confuso... tão confuso quanto a decisão de João Ferreira. A bola veio de um livre de Di Maria, Luisão saltou com Peçanha e cabeceou para a baliza. O árbitro hesitou, mas lá acabou por assinalar o golo.
O Benfica atacava, o Marítimo defendia como podia. Utilizava a força e a dignidade de usar uma camisola para não sofrer mais golos.
Até final, foi um arrastar de situações de perigo no meio campo do Marítimo, mas sem que os jogadores do Benfica se esforçassem sequer para marcar mais golos. O jogo já estava completamente partido. Foi controlar o tempo, o adversário, para depois festejar mais uma vitória¿ e com goleada.
Arbitragem com situações complicadas de resolver, mas parece que sempre agiu bem, embora muito contestada pela equipa da casa.