Não deixa de ser curiosa a estranha má sorte do ponta-de-lança do Marítimo. Quando está no auge depressa cai na desgraça, tudo por causa de lesões contraídas em alturas cruciais. Em Janeiro de 1996, integrou um estágio da selecção argentina, que visava o apuramento para os Jogos Olímpicos, mas uma contusão num treino desfez o sonho de vestir a camisola do seu país. Será que é perseguido pelo azar? Esconde a malapata num sorriso espontâneo e fica algum tempo em silêncio sem responder. 

Quando menos esperava, cumpriu o desejo máximo de jogar na Europa e chegou a Portugal para representar o Marítimo, recusando um convite do Independiente. Depressa projectou sonhos e libertou emoções, mas o jogo com o Boavista ditou o início de um calvário longe de um final feliz. «Tenho tido alguns azares, mas tenho uma personalidade forte. Vou sempre buscar forças anímicas para superar os problemas. Pior do que isto, foi quando perdi a possibilidade de representar a selecção e jogar ao lado de grandes nomes como o Cláudio Lopez, por exemplo», explica Lagorio, actualmente com 25 anos. 

Mas os maus momentos não ficam só por aqui. Em Janeiro de 1998, no Gimmasia y Esgrima de la Plata, também sentiu de perto a angústia, mesmo depois de ser um nome respeitado no seio do clube argentino. Esteve cerca de meio ano sem pisar os relvados, tudo porque a Direcção o afastou do plantel. Motivo: não concordou com os números oferecidos para a renovação do contrato. «Foi complicado, porque até me impediram de treinar com os meus colegas. Mas acabei por ter sorte, pois fiquei com o meu passe e fui jogar para o México, onde estive dois anos», recordou o avançado, que ainda se encontra vinculado ao Pumas e já marcou oito golos em 16 jogos realizados. 
 

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