Não tem papas na língua e não tem dúvidas. Vai voltar a ser o rei dos treinadores. José Mourinho teve um 2010 «em grande», por isso «não há volta a dar» ao facto de vir a ser eleito o melhor técnico do ano.

«Sinto que vou ser outra vez [ o melhor treinador do Mundo]», atirou, em entrevista exclusiva à «TVI». «No ano de 2010 não há volta a dar, os prémios que algumas vezes são duvidosos, a quem se dá, este ano não há volta a dar», continuou, para justificar: «Ganhei as duas competições internas, ganhei a Champions League e vou ganhar os troféus para o melhor treinador do Mundo.»

Apesar disso, Mourinho não se vê à frente de outros. «Não me considero o melhor, considero-me um dos melhores, ao longo destes anos ganhei a Bola de Ouro, Prata e a de Bronze neste último 2009, agora vou ganhar a de Ouro outra vez com naturalidade, é um grande 2010 para mim», considerou.

Para o português, a sensação de ser bicampeão europeu «é a mesma de ser campeão europeu» e que crê que «é a mesma de ser tricampeão europeu ou penta». No entanto, Mourinho festejou diferente de 2004, quando venceu com o F.C. Porto.

«Acho que a reacção foi, provavelmente, por saber quase a cem por cento que era o meu último jogo com um grupo fantástico, que gosto de treinar, com muitos jogadores em fim de carreira, que perseguiram este sonho, que viveram uma geração de insucessos no Inter europeu», argumentou.

«Despedir-me de gente como Zanetti, Córdoba, Materazzi, Toldo, este tipo de gente fantástica, para não falar em todos, não foi muito fácil», revelou.



Em Itália, «não são críticos, são desestabilizadores»

Os festejos terão sido, também, uma resposta àqueles que o criticaram em Itália? «Não digo que sejam críticos, são mais desestabilizadores, num clube que não é muito querido em Itália, que mediaticamente está atrás do Milan, que em termos de apoio popular está atrás da Juventus, num clube que tem perfil diferente, com muitos jogadores estrangeiros, com um treinador estrangeiro, com um presidente com potencial económico grande e perfil diferente de gestão», analisou.

«O Inter é um clube diferente, as críticas não são um problema, o problema foi a perseguição a nível interno, com castigos absurdos, com dois ou três jogos a terminar com nove jogadores, num ataque cerrado a uma equipa que devia ser campeã há mais tempo», disparou ainda sobre o Calcio.