Terminou com a festa do Peru, madrugada dentro, a longa corrida para a Rússia. Mais de dois anos e meio e 871 jogos depois, estão definidas as 32 seleções que vão ao Campeonato do Mundo de 2018. O último como o conhecemos. O próximo Mundial será a 48 equipas, ainda com muito em aberto sobre o formato final. E que antecede mudanças também na Europa, com a introdução de uma Liga das Nações que vai adiar o arranque da qualificação para o Euro 2020. Portugal volta a estar entre os 32 finalistas na Rússia, depois de uma campanha que deixou muita gente com pergaminhos pelo caminho.

O Maisfutebol faz aqui uma viagem pela qualificação e pelo que aí vem, a partir de dez números e datas.

4-1

Dili, 11 de março de 2015. Foi uma vitória de Timor Leste sobre a Mongólia que deu o pontapé de saída na corrida ao Mundial 2018. Jogaram nessa altura, há mais de dois anos e meio, as 12 piores seleções da Ásia, no arranque da qualificação do continente, a mais longa de todas. Aliás, a Austrália foi a seleção que mais jogos fez para chegar ao Mundial, uma vez que acabou a jogar o «play-off» com as Honduras: nada menos que 22 jogos, bem longe, por exemplo, dos 10 que Portugal e os outros vencedores de grupos na Europa tiveram de fazer.

1

Campeão do mundo de fora. A Itália caiu no play-off e falhará o Mundial pela primeira vez desde 1958, a primeira vez em 60 anos. Uma história que começou a escrever-se antes, com a queda «azzurra» no ranking da FIFA, determinante para a definição dos grupos. Sem estatuto de cabeça de série, caiu no grupo da Espanha e depois foi impotente no play-off com a Suécia. Não acontecia há doze anos, um campeão do mundo falhar a fase final. Mas não é a única ausência relevante. Também o Chile, bicampeão sul-americano em título, ficou pelo caminho. E a Holanda, terceira no Mundial 2014.

1+1

A Portugal juntou-se na reta final a Austrália. A Selecão Nacional, atual campeã da Europa, estava até aqui sozinha, mas os «Socceroos» garantiram o apuramento no play-off. São os únicos campeões continentais em título que conseguiram chegar à fase final do Mundial 2018. Além do Chile, ficaram de fora Camarões, que venceram o CAN no início do ano, os Estados Unidos, detentores da Gold Cup que consagra o campeão da Concacaf e ainda a Nova Zelândia, campeã da Oceânia.

2

Estreias. Islândia e Panamá serão os caloiros do Mundial 2018. A seleção nórdica repetiu a proeza, com a sua geração de ouro que em 2016, na estreia na fase final de um Europeu, seguiu até aos quartos de final. Agora apurou-se diretamente, primeira no seu grupo. É de longe o país menos populoso de sempre a jogar um Mundial: os seus 334 mil habitantes representam um quarto do anterior recordista, Trinidad e Tobago, com 30. O Panamá chegou diretamente ao Mundial depois de uma última jornada de loucos na Concacaf, com um golo ao cair do pano frente à Costa Rica que deixou pelo caminho os Estados Unidos.

4

Portugal e mais três. São as únicas seleções que se apuraram para as últimas 10 fases finais de grandes competições. A Seleção Nacional não falhou na campanha para o Mundial 2018, entrou a perder mais venceu os nove jogos seguintes. E junta-se a Alemanha, Espanha e França como as únicas seleções que não falham um Europeu ou um Mundial desde 2000.

5

Treinadores argentinos, a nação que deverá ser a mais representada nos bancos da Rússia. A Argentina tem Jorge Sampaoli em casa, Jose Pekerman na Colômbia, Ricardo Gareca no Peru, Hector Cuper no Egito e, pelo menos por enquanto mas ao que tudo indica com o lugar em risco, Edgardo Bauza na Arábia Saudita. Portugal, com Fernando Santos na Seleção Nacional e Carlos Queiroz no Irão, é um de cinco países com dois treinadores. A Espanha que tem Julen Lopetegui na «Roja» e Roberto Martinez na Bélgica, a Alemanha além de Joachim Low tem Gernot Roher na Nigéria, a França tem Didier Deschamps e Herve Renard em Marrocos, a Colômbia tem dois selecionadores no estrangeiro, Juan Carlos Osorio no México e Hernan Dario Gomez no Panamá.

6

A Europa tem a maior representação no Mundial, 14 seleções, e é também o continente mais forte no alinhamento para o sorteio. Tem nada menos que seis equipas no primeiro dos quatro potes de onde sairão os grupos, entre elas Portugal. E mais quatro no pote 2, entre elas Espanha e Inglaterra. Podem coincidir duas equipas europeias no sorteio de 1 de dezembro, a única exceção.

10

10 jogos, dez vitórias. O incrível registo da Alemanha, que fez o pleno na qualificação europeia, com nada menos que 43 golos marcados. Espanha, Inglaterra e Bélgica são as outras seleções europeias que terminaram a campanha invictas. O Brasil, recordista de presenças no Mundial (21), também fez uma campanha muito sólida, sobretudo com a chegada de Tite. Em 18 jogos só perdeu um, logo no arranque, na visita ao Chile e ainda com Dunga no banco.

16

O maior número de golos marcado por um jogador na qualificação para o Mundial. Um recorde a dividir por três, o polaco Robert Lewandowski, o saudita Mohamed Al Sahlawi e ainda Ahmed Khalil, dos Emiratos Árabes Unidos. Cristiano Ronaldo ficou logo a seguir, com 15 golos. Nos 871 jogos da qualificação marcaram-se 2457 golos.

2019

21 de março, mais concretamente. É quando começa a qualificação para a próxima grande competição, o Euro 2020, mais tarde do que o normal. Entre setembro e novembro de 2018 joga-se a Liga das Nações, a nova competição da UEFA que substitui as datas de particulares. Divide-se por quatro ligas e Portugal fica na primeira, com quatro grupos de três e a melhor seleção a avançar para a final-four, a disputar em junho de 2019. A qualificação para o Europeu propriamente dita terá 10 grupos, cada um com 10 jornadas, qualificando-se os dois primeiros de cada grupos. As outras quatro equipas sairão de um play-off com as melhores equipas da Liga das Nações que ainda não se tiverem qualificado.