Um golo de Pintassilgo, já perto do fim, carimbou a primeira vitória do Arouca na condição de visitante na I Liga e permitiu a formação orientada por Pedro Emanuel somar o segundo triunfo consecutivo. Ao invés, o Nacional voltou a descer à terra depois dos três pontos conquistados no Restelo.

Na Choupana o jogo viu-se a apenas duas cores, preto e branco, como nos tempos antigos. Não que esta analogia tenha alguma coisa a ver com um intenso domínio da equipa da casa. Nem perto disso. Tem somente paralelo com as duas únicas tonalidades que brotavam das bancadas, sem viva alma para assistir ao jogo.

Os únicos, poucos, fiéis seguidores dos madeirenses ficaram do lado de fora dos muros, mas, ainda assim, fizeram-se ouvir, ao longe, mas estiveram com a equipa. Empurrados pela força mental dos seus adeptos, o Nacional entrou a todo o gás, mas o desvio subtil de Djaniny bateu no poste da baliza de Cássio (min 2).

Seguiram-se, alguns lances de perigo iminente, com vários protagonistas alvinegros a tentarem ultrapassar a muralha brasileira que trancava a baliza visitante, mas o fulgor rapidamente se esgotou. Durante largos minutos apenas se ouviram os toques na bola e as correções dos dois treinadores.

O Arouca sobreviveu, com relativa à-vontade, aos primeiros minutos e Bruno Amaro, à bomba, até esteve perto de inaugurar o marcador, mas a bola acabou por desviar num defensor insular (17 min).

O Nacional acusou o toque, demorou algum tempo a responder e quando o conseguiu Mário Rondon beneficiou de uma assistência de um arouquense para ficar na cara de Cássio. No entanto, entre o golo e o avançado venezuelano, emergiu o gigante Cássio que impediu a vantagem madeirense (25 min).

Apesar do maior volume de oportunidades, o Arouca esteve muito perto do golo, na sequência de um canto apontado por Tinoco que encontrou a cabeça de Nuno Coelho para uma fantástica defesa de Gottardi (28 min).

O último grito na tranquilidade em que se disputou o jogo pertenceu a Miguel Rodrigues, num remate à meia volta, que levou direção a mais e embateu com estrondo no poste (45 min). Foi o canto do cisne, pouco antes de se ouvir o apito de Paulo Batista a dar por terminada a primeira parte.



Pintassilgo saiu da gaiola para marcar

A segunda parte começou a papel químico da primeira, como sinal mais do Nacional. O primeiro esboço de perigo saiu dos pés de Bruno Moura para Mário Rondon que não teve cabeça para acertar com as redes visitantes (60 min).

Ainda que sem pressionar em demasia, os madeirenses voltaram a ter uma óptima ocasião para marcar, por Mateus, na melhor jogada de todo o jogo, mas o remate do angolano voltar a bater num muro construído por Cássio (70 min).

O grito do Arouca voltou a sair dos pés de Bruno Amaro, na cobrança de um livre direto, que obrigou Gottardi a desviar para canto (74 min). Foi já com todas as fichas no campo lançadas por Manuel Machado que o Arouca chegou à vantagem, num lance rápido, por Pintassilgo (86 min).

Foi o tiro que carimbou a primeira vitória forasteira do Arouca nesta primeira aventura na I Liga e que tirou a oportunidade ao Nacional de vencer pela primera vez em casa esta temporada.