Foi só susto. Sócrates está a recuperar notavelmente depois de ter sido internado em Agosto com uma hemorragia no esófago. A esposa chegou a ser preparada para o pior, mas o antigo internacional brasileiro recuperou de forma brilhante. Agora, em entrevista ao «Lancenet», não esconde que a situação foi «gravíssima» mas não é por isso que mudaria o que quer que fosse no seu percurso até à data.

«Não me arrependo de porra nenhuma que fiz na vida. Não é preciso estar a morrer para pensar, repensar...O meu fígado está bom, o processo circulatório é que está com problemas e causa sangramentos. Não tenho dependência de álcool nem de cigarros», garantiu.

O jogador que brilhou nos Mundiais de 1982 e 1986 assegurou, também, que nunca teve medo de morrer. É a única certeza da vida, lembrou. «Todos nós vamos morrer. A gente engana-se, achando que não. Temos de aproveitar bem a vida, ela é importante, não a morte. Agora mesmo pode cair um meteorito na minha cabeça e pronto, tchau!», ironizou.

Sócrates admite que «esteve perto» de desistir durante os três meses que teve a lutar pela vida. Dessa fase, não se lembra de nada: «Além do coma induzido, eu induzi-me ao coma. O organismo é muito inteligente, desliga tudo.»

Quer Guardiola na selecção brasileira

Numa conversa marcada pelo processo de recuperação, Sócrates, famoso pelo seu carácter interventivo nas mais variadas questões, não escondeu que gostava de ver mudanças na Federação brasileira, apontando o nome de Zico como uma boa opção para o cargo de presidente. E também tem ideias bem definidas para o nome do seleccionador.

«Pode ser o Pep Guardiola ou o Cruyff. O Guardiola tem coragem. Quem joga na defesado Barcelona? Não é preciso ter defesas, é preciso ter coragem. O Brasil abriu mão da sua cultura e isso é burrice. Estão a tentar destruir-nos, mas não vão conseguir porque surge sempre um Neymar», comentou.