É apressado começar já a disparar sobre a teoria da sorte de José Mourinho, no final do Real Madrid-Barcelona.

Até porque aquela não deixa de ser uma leitura possível e honesta. De facto o Real Madrid teve oportunidades para escrever uma história diferente, este este sábado à noite.

Faltou foi a Mourinho escrever o resto. E o resto foi imenso.

Teoricamente, o Barcelona chegou a Madrid menos favorito do que nos anos anteriores. Porque o Real estava mais forte e o Barça nem por isso tão imponente.

E que sucedeu? Encaixou um golo aos 22 segundos, coisa nunca vista em clássicos. E tremeu, pareceu-me. De repente parecia mesmo verdade, o Barcelona também se abatia.

Mas não, era apenas uma ilusão. O Barcelona foi recuperando a bola, minuto a minuto. E construindo posse e com isso erguendo oportunidades e revelando a superioridade de outras noites.

Mourinho volta a ter razão quando fala no segundo golo, fortuito, mas isso faz parte do futebol. Mais até do que a dificuldade de Ronaldo em concretizar duas oportunidades decentes e em acertar um livre na baliza.

Conclusão, minha: o Real está melhor. Sim. Mas nota-se pouco quando joga com o Barcelona. Pode ser que se mantiver um percurso limpo no «resto» do campeonato possa chegar para ganhar. Mas nos jogos directos entre ambos o lado mais forte continua a ser o catalão.