Logo desde 2009, decidimos instituir que o o Bola na Barra mais próximo do Natal seria uma "Edição Especial". Só não sabíamos o que nos esperava logo na estreia dessa nossa ideia mais ou menos peregrina.

Por ser uma nova realidade, a primeira questão foi definir um critério para a escolha de um clube para representar o espírito natalício. Como nada de especial nos veio à mente, procurou-se por clubes com nomes relacionados com a quadra. Pesquisámos por «Natal», «25 Dezembro», «Jesus», ¿ até que a pesquisa por «Nicolau» sortiu efeito. Mesmo sem contactar o clube, o primeiro Bola na Barra - Especial de Natal teria de ser feito - por razões óbvias - com o São Nicolau de Basto, dos Distritais de Braga.

Pensar nisso foi fácil, chegar ao contacto com o clube também não foi complicado mas gravar o Bola na Barra em casa do São Nicolau foi tudo menos uma seca.

Sendo um clube de aldeia, por essa altura, a fazer muito má figura - sem qualquer vitória - na Série D da 2ª Div. Distrital de Braga e com o plantel completo apenas nos dias de jogo, pediram-nos que a nossa ida fosse, pelo menos, num dia de fim-de-semana, para que houvesse jogadores suficientes. Fomos até lá a um sábado à tarde, dia para o qual foi marcado um treino especialmente para o efeito (no dia seguinte, havia jogo do campeonato). Havia uma (e uma só!) oportunidade para a realização daquele Bola na Barra só que chovia a cântaros. São Pedro, pouco solidário com o colega São Nicolau, não facilitou nem um bocadinho.

Levar a cabo a decoração da baliza com enfeites de Natal (outra ideia peregrina!) foi complicadíssimo, já para não dizer que foi o suficiente para eu ter regressado a casa com um fato «oleado» oferecido por um simpático vizinho do clube, com pena de me ver encharcado como estava ao fim de cinco minutos a colocar na baliza fitas, sinos, bolas prateadas e estrelas brilhantes.

E, por fim, o plantel equipado a rigor em da de treino "forçado" por uma rubrica de televisão, também se lançou ao campo, pelado, quase que inundado por uma bátega de água assinalável. Já não havia desculpa para que a coisa não se fizesse. Avançaram também os repórteres de imagem (Nuno Santos mais afortunado, na bancada coberta, sofreu bem menos que o Tiago Ferreira, comigo, no campo, debaixo de um simples guarda-chuva).

Milagre de Natal ou não, nenhuma das câmaras cedeu ao temporal e o primeiro Bola na Barra - Especial de Natal foi mesmo cumprido até ao fim. Não nevou (como manda a tradição do imaginário natalício) mas até hoje não houve nenhum outro Bola na Barra sob chuva tão copiosa. E nem por isso deixou de ser um dos mais divertidos de sempre da rubrica.

Marco António

PS: Ah! A «ceia de Natal» no final, na sede do clube (por cima dos balneários) não foi composta de bacalhau ou peru nem teve doces como sonhos, filhoses e bolo-rei. Foi moelas com pão, esse manjar tão adequado à quadra. E estava delicioso!

Marco António