A vida dos jogadores não se esgota dentro das quatro linhas. Muitos há que dificilmente conseguem libertar-se dessa realidade, mas também existem vários casos de atletas que aproveitam as excelentes condições monetárias proporcionadas pelos seus clubes para investirem o seu dinheiro em projectos autónomos, normalmente fora do desporto. A carreira, já se sabe, é necessariamente curta, pelo que a precaução em relação ao futuro é sempre uma medida inteligente.
No plantel do F.C. Porto há mais do que um elemento com tendência para apostas em ramos extra-futebol, embora isso não seja suficiente para os afastar da concentração necessária em competição. Jorge Costa, Pedro Emanuel e Nuno Espírito Santo são exemplos disse mesmo, sendo que o guarda-redes habitualmente suplente de Vítor Baía revelou, esta época, um certo sentido para a arte.
Isto porque decidiu inaugurar uma loja de decoração num dos centros comerciais de Guimarães, dando à sua esposa a oportunidade de gerir o espaço. Na inauguração estiveram presentes vários seus colegas no F.C. Porto, que terão ficado surpreendidos com o bom gosto geral. Nem sempre as coisas têm corrido bem na loja, devido a alguns problemas com os amigos do alheio, mas Nuno continua a acreditar que se trata de uma aposta correcta.
No passado, ainda antes de se mudar do Vitória para a Corunha, a esposa de Nuno também tinha alguns investimentos em Valença, que entretanto foram vendidos quando o marido assinou pelo Deportivo. De regresso a Portugal e a Guimarães (onde vive), embora se tenha mudado para o F.C. Porto, o guarda-redes mantém outro tipo de investimentos, como uma participação numa empresa de estamparia. No dia-a-dia, quando tem oportunidade, gosta de levar os filhos ao colégio e aproveita para deliciar as muitas crianças que acorrem até ele para partilharem alguns momentos com o seu ídolo. Diz, quem já viu, que Nuno tem muito jeito para lidar com as crianças, tratando-as com compreensão e carinho.