A falta de pontaria dos jogadores do Olhanense foi determinante para a equipa algarvia não vencer (0-0), depois de uma exibição agradável, dominando o Vitória de Guimarães, que só a espaços incomodou a baliza de Moretto. Pelo futebol exibido pelas duas equipas, e pelas oportunidades desperdiçadas, o Olhanense acabou por perder dois pontos.

Foi bem evidente o domínio do Olhanense na primeira parte, com trocas de bola curtas (e certeiras) e com uma boa mobilidade, com os jogadores nada agarrados às suas posições, iludindo as marcações aos vimaranenses, que tiveram nesse período de correr sempre atrás do esférico e do adversário.

Para isso, muito contribuiram as movimentações dos trincos da equipa algarvia, com Fernando Alexandre mais preocupado com as tarefas defensivas, e Vinícius, além de ter sido um grande recuperador de bolas, a ser sempre o primeiro a lançar os ataques.

Além das trocas de flancos entre os extremos (Jorge Gonçalves e Paulo Sérgio), Djalmir nunca esteve fixo na frente, sendo sempre o primeiro a defender, recuando até por vezes em demasia, limitando o ataque da sua equipa nas transições rápidas, já que Nuno Piloto, que foi quem jogou mais próximo do goleador do Olhanense, nunca ocupou a vaga do brasileiro nessas movimentações. Um senão numa exibição autoritária da equipa de Daúto Faquirá nesse período, com o 4x2x3x1 que está a implantar a arrancar muitos aplausos dos seus adeptos.

Manuel Machado adoptou o mesmo esquema táctico que o adversário, mas a equipa não teve bola e pouco incomodou Moretto. Edgar esteve sempre só no ataque e dada a ausência ofensiva de muito jogadores que entraram com essa missão.

Assim, só por uma vez o guarda-redes do Olhanense foi importunado, e, mesmo assim devido a uma saída em falso, que permitiu um cabeceamento perigoso a Edgar. Só aos 40 minutos, bem elucidativo da inexistência dos minhotos na primeira parte.

Em contraste, os algarvios tiveram boas oportunidades para marcar, pecando apenas na finalização. Neste particular, Paulo Sérgio efectuou três remates (8, 24 e 28 minutos) complicados para Nilson.

Nada contente com a actuação da sua equipa, Manuel Machado lançou Edson para o meio-campo e retirou Pereirinha, alterando também o desenho, passando para 4x4x2, com Edgar e João Ribeiro abertos no ataque. Na prática nada mudou, continuando o Olhanense por cima, mas com o mesmo defeito da etapa inicial: ineficácia ofensiva.

Assim aconteceu aos 57 minutos, quando Jorge Gonçalves isolou-se mas Nilson retirou-lhe o golo com excelente defesa, e dois minutos depois Maurício, de cabeça, quase festejou num canto de Paulo Sérgio. Também de cabeça, Nuno Piloto, aos 65 minutos desperdiçou boa ocasião. Quatro minutos antes, Duarte Gomes foi benevolente com Alex que já tinha visto o cartão amarelo, perdoando-lhe o segundo, após entrada sobre Vinícius.

A apatia vimaranense levou Manuel Machado a nova mexida no ataque, trocando o inoperante João Ribeiro pelo júnior Tomané, com apenas 17 anos.

De bola parada, os minhotos importunaram Moretto, tranquilo a defender um desvio de cabeça de Valdomiro, aos 75 minutos, na sequência de um livre. Edgar também aproveitou uma falha de marcação de Maurício para falhar, de cabeça, aos 85 minutos.

Isto numa altura em que o Olhanense já perdia fulgor ofensivo, com Daúto a ver isso mesmo e a lançar Toy e Yontcha para os últimos minutos do jogo. Sem efeito, e até seria numa nova saída em falso de Moretto, o momento de maior perigo, já em tempo de compensação.