Não é vergonhoso, é inaceitável. O FC Porto-Sporting desta sexta-feira foi a noite em que os jogadores mereceram todas as críticas. E, como se foi para lá do vergonhoso, também merecem todos os castigos que lhes forem aplicados.

O que estava em jogo no Dragão era a luta pelo título, mas era também o maior espetáculo que a Liga podia oferecer. As duas melhores equipas dos últimos anos num duelo a valer.

Começou por ser um espetáculo bom, mas cedo se tornou triste, depois vergonhoso e por fim inaceitável.

Culpa de quem? Dos futebolistas. Repito: dos jogadores de FC Porto e Sporting. E de modo igual. Isto não foi um clássico, foi um campeonato de queixinhas, uma coisa degradante, desonesta até. Para os colegas de profissão, para o árbitro e para o público. Quem paga para ver jogadores a caírem cheios de dores e a levantarem-se com uma brisa? Os jogadores vão até onde o árbitro deixa? Verdade, mas com tanta tentativa de engano, de logro, de intrujice, há algum árbitro que não acabe por errar? Perante tamanha confusão, uma equipa de arbitragem de quatro elementos no relvado, consegue segurar 22 pessoas mais bancos? 

Há muito tempo que esta é uma tendência no futebol português. Não me recordo se foi Mourinho, mas tenho presente na minha cabeça que sim. Que foi ele quem disse «em Inglaterra, os jogadores aprendem a disputar o jogo, em Portugal, aprendem a ganhá-lo». Ora pois, todo o teatro, a «sacanice» pode levar a uma vitória, mas o espetáculo é inaceitável. É preciso que sejam os jogadores - e continuo a achar que eles são o melhor do futebol - a meter a mão na consciência.

Agora lá virão departamentos de comunicação, jurídicos e tudo o que os clubes têm ao seu dispor para dizer que os culpados foram os outros. Não foram, não são. 

Valeu, pelo menos, o abraço final de Conceição e Amorim. 

P.S. - Para quem é de um clube e acha que a culpa é do outro, ou para quem acha que a culpa do que se viu nesta noite é do árbitro: você tem o futebol que merece.