Quando joga o Real Madrid e também a Seleção Nacional, a expectativa em redor dos espetáculos em que participam está quase sempre um patamar acima da denominada normalidade bastando para isso que um dos intervenientes dê pelo nome de Cristiano Ronaldo. Com ele em campo não há impossíveis, nem metas inatingíveis. Com ele em campo, enquanto o árbitro mandar, há sempre hipótese de haver golo. E golos são coisas com que CR7 tem uma relação de intenso amor. Como aconteceu agora, frente ao Wolfsburgo, onde reafirmei os motivos porque sou incondicional admirador deste «rei» do futebol de hoje.

Até podia ter acontecido o contrário, pois, por vezes, a nossa vontade não é suficiente para empurrar a bola para dentro da baliza. Mas algo me dizia que o Real Madrid podia conseguir a «remontada» no jogo do Bernabéu frente ao Wolfsburgo. Também porque, em boa verdade, havia condições para jogar a melhor equipa (onde Casemiro é hoje elemento determinante) e porque, percebe-se, Cristiano Ronaldo está, como se diz em Espanha, «al top».

Tinha a convicção, pois, de que os «merengues» tinham tudo para seguir em frente e continuarem a sonhar com a possibilidade de conquistarem a «undécima» Liga dos Campeões/Taça dos Campeões, mas devo assumir que nunca me passou pela cabeça que o resultado, se assim se pode dizer, fosse obra daquele que para mim é o melhor futebolista mundial - situação valorizada, como muito bem diz o meu bom amigo André Pipa, pelo facto de ter jogado (e jogar) nas três melhores Ligas mundiais: Inglaterra, Espanha e dos Campeões.

É verdade que Ronaldo só podia (pode) ter tido êxito desde que a equipa funcionasse. Sozinho, nenhum futebolista resolve um jogo, mas ao craque luso basta darem-lhe as condições base que ele faz o resto. E assim nasceu o 3-0 necessário para o Real Madrid seguir em frente, com o engraçado (para os que tanto o criticam) de nenhum dos remates certeiros ter sido de grande penalidade.

Aliás, porque desde sempre acompanho a carreira de CR7 ao pormenor, tenho a dizer aos estimados leitores o seguinte: este foi o 10º jogo na Champions - três em Manchester (com Sporting e FC Porto pelo meio), os restantes em Madrid - em que os golos do português fizeram o resultado. Já em todas as outras competições, foram onze no United e dez no Real os jogos em que os seus golos ditaram o resultado final. Finalmente, na equipa das quinas, esse desiderato teve a sua chancela em nove ocasiões. Simplesmente de outra galáxia.

Já agora, porque se caminha para o final da temporada e recentemente CR7 tornou-se no primeiro jogador a marcar mais de 30 golos em seis épocas consecutivas na Liga espanhola, vale a pena referir que também se prepara para somar o sexto ano seguido com mais de 50 golos, uma vez que já vai nos 46 esta temporada, sem esquecer o seguinte: em 790 jogos oficiais, incluindo a equipa nacional (665+125), Ronaldo já apontou 538 golos (482+56) sendo 359 com a camisola dos «merengues», o que faz dele, para sempre, até existir Mundo, o maior goleador da história deste clube… onde estupidamente há gente que o quer ver pelas costas e o inveja.

E não é tudo, pois faltam os números da Champions, onde o craque português lidera a tabela de melhores marcadores, com 94 golos (16 pelo MU, os outros pela equipa espanhola) em 129 jogos. Ronaldo é o recordista de golos numa edição (17), mas, uma vez que na presente já soma 16… temos novo máximo à vista. Ou seja: este ser terreno, que muitos só veem como atleta e nada como futebolista, nasceu para bater recordes.

No meio disto tudo, porque estamos em presença de um Senhor de renome mundial, CR7 não vai poder, como desejava, apesar da sua condição de sportinguista, encontrar o Benfica nas meias-finais da Liga dos Campeões. E, nesse particular, também, o fantástico futebolista voltou a dar uma lição aos muitos pirómanos, das mais variadas cores, que a coberto dos feitos de outros, proclamam aos quatro ventos que estão no futebol apenas com o objetivo de o servir.

PS1 – Ainda não foi desta que uma equipa portuguesa, concretamente o Benfica, conseguiu integrar o lote das quatro melhores da Europa. Mas, para memória futura, muito fez a equipa de Rui Vitória nesta memorável eliminatória (no jogo de Lisboa a equipa não podia estar mais remendada…) com o muito poderoso, e candidato ao triunfo na prova, Bayern. Foram dois jogos sem o resultado desejado, mas onde ficou provado que os tostões (cêntimos…) muitas vezes incomodam os milhões. Por isso, esta é uma LC que muito deve enobrecer o emblema da Luz.

PS2 – Ninguém tem dúvidas de que Pinto da Costa vai suceder a Pinto da Costa. Porque é candidato único, mas, muito particularmente, independentemente do momento conturbado que o clube vive, porque a sua obra é fantástica. Porém, tendo em conta a turbulência, desta feita não ganhará com a unanimidade habitual (aquela história de não poder haver votos nulos cheira mal…) e enquanto não explicar, realmente, o que se passa na SAD acredito que os adeptos vão continuar incomodados e pouco crentes num futuro de novas vitórias. Já agora: José Peseiro não merece ser o único a pagar por todas as desgraças!