Alô Brasil: os holandeses merecem

*Enviado especial ao Brasil

Alô Brasil» será o Diário de Bordo de João Tiago Figueiredo, enviado especial do Maisfutebol ao Mundial 2014, no Brasil

Dia 2: fez-se história

O meu primeiro jogo ao vivo num Mundial de futebol foi aquele Espanha-Holanda. E a parte melhor desta história é que, acredito, daqui a vários anos poderei continuar a dizer «aquele Espanha-Holanda» e fazer sentido na mesma.

Foi surpreendente. Foi histórico.

E a surpresa foi até para os holandeses. No voo para o Brasil, o mesmo turista que me perguntou onde estavam os portugueses, comentou estar pouco confiante para este Mundial. «A equipa de 2010 era melhor», argumentava. «A Espanha é muito forte», lamentava. «Sneijder não está no melhor momento», insistia.

Tudo saiu ao lado com o resultado esmagador que abriu as bocas do mundo de espanto. E a verdade é uma: os holandeses merecem.

Em primeiro lugar, porque sempre os considerei os nossos irmãos de sofrimento. Seriam, como Portugal, a seleção do «quase», não fosse aquele acidente de percurso chamado Euro 88.

Depois, porque a mancha laranja é das mais belas em cada grande torneio de seleção. A festa que fizeram no Pelourinho, centro histórico de Salvador, antes do jogo comprova-o.

Sem truques, sem tricas. Festa, diversão, futebol. Nada mais.

Depois de perderem três finais de campeonatos do mundo, se há alguém que merecia entrar para a história por humilhar um campeão do mundo era a laranja-mecânica.