O frenesim das meias-finais da Taça de Portugal já se faz sentir em Coimbra. Há 42 anos que o clube não marca presença no Jamor mas o regresso está mais próximo do que nunca. Dia 27, frente ao V. Guimarães, os estudantes procuram inverter a derrota (1-0) sofrida na primeira-mão e acreditam no sonho.

«Ainda não me imaginei a levantar a Taça mas é um daqueles momentos que qualquer jogador quer viver e, já que temos essa oportunidade, é importante tomar consciência daquilo que significa esse jogo com o Vitória e a presença na final. Seria algo para recordar com muito orgulho», expressou o central, à margem a cerimónia destinada a assinalar, de forma simbólica, o pontapé-de-saída dessa segunda-mão da meia-final da Taça de Portugal.

Orlando não tem dúvidas em classificar o jogo como o «mais importante da última década» para o clube mas, caso a Briosa chegue ao Jamor, isso seria «algo indescritível». «É uma coisa da qual não temos consciência, a não ser pelos relatos, por exemplo, do Manuel António [autor do golo da Académica na final de 1969, perdida para o Benfica].» São esses pedaços de história da Académica que o defesa assegura não querer perder, apesar de só recentemente ter regressado de uma lesão.

Fado dá lugar ao rap

A música que irá servir de hino ao sonho de chegar ao Jamor não é, surpresa, um fado. Berço daquela a quem os mais tradicionalistas chamam simplesmente «Canção de Coimbra», a cidade banhada pelo Mondego entoará um rap a caminho da final da Taça.

Da autoria de MC M, nome artístico de Luís Martelo, um jovem natural de muito perto [Barcouço, Mealhada], a música, apresentada esta terça-feira, no restaurante situado na antiga sede do clube durante o pontapé-de-saída para o jogo com o V. Guimarães, é um tributo à história da Briosa.

Durante a cerimónia, de grande fervor académico, foram recordadas as quatro presenças dos estudantes no Jamor (1939, 1951, 1967 e 1969), aproveitando o presidente José Eduardo Simões para lembrar que o clube possui a única Taça original, a da primeira edição, em 39. «Todas as outras são cópias», assegurou.