A Figura: Manuel José

Dois golos marcados no segundo jogo consecutivo a titular. O primeiro na marcação segura de um penalty (a castigar falta de Vítor Vinha sobre o próprio Manuel José) e o segundo a encostar sem problemas, à boca da baliza. Mais do que os golos fica a generosidade, a vontade de ganhar o lugar na direita do ataque, os cruzamentos bem medidos e a experiência que lhe permite antecipar sempre aquilo que faz. Bom jogo.

O Momento: expulsão de Hugo Vieira, minuto 28

Em poucos instantes, Vieira passou de herói a vilão. Fez o golo do Gil e, logo depois, teve uma entrada precipitada sobre Nuno Santos e viu o segundo cartão amarelo. O primeiro surgira após o penalty, por protestos. Como está fácil de ver, tudo teria sido facilmente evitável. Hugo Vieira, até pela sua influência, falhou redondamente.

Negativo: ânimos quentes nas bancadas

Outras cenas evitáveis. A claque do Gil Vicente foi colocada numa das bancadas centrais, ao lado dos adeptos do Paços. Com o desenrolar do jogo, a troca de palavras subiu de tom e os ânimos chegaram a estar muito quentes. Os stewards foram obrigados a mudar os gilistas para o sítio onde deviam ter estado desde o início: no setor de topo, atrás de uma das balizas. É para aí que vão sempre os apoiantes visitantes.

Veja como foi o jogo AO MINUTO

OUTROS DESTAQUES

Vítor

Ainda não está com o nível patenteado até janeiro. Mesmo assim, é um executante precioso e decisivo. O segundo golo nasce do seu pé esquerdo e ganha vida com um ressalto que traiu Adriano. Tem muito futebol, mas a paragem forçada por lesão e o namoro do mercado de transferência roubaram-lhe parte do brilho. Está muito a tempo de normalizar e voltar a ser o verdadeiro Vítor.

César Peixoto

Passe fantástico para o golo de Hugo Vieira, dois remates cheio de veneno (um de pé direito!) e influência óbvia na condução do jogo gilista. Mais solto, mais confiante, volta a ter um papel de relevo nos minhotos. Pode fazer uma dupla de qualidade com João Vilela no meio-campo.

Luiz Carlos

Desconhece a palavra desistir, não faz ideia do que é jogar mal, relativiza a posse de bola excessiva e vive para servir a equipa. Um, dois toques, cabeça levantada, fortíssimo no passe e no remate de longe. Andou perto do golo (40 minutos), jogou muito e fez jogar. Boa exibição do futuro jogador do Sp. Braga.

Nuno Santos

Não é Antunes, mas começa a fazer esquecer o agora lateral do Málaga. Já apoia mais o ataque, começa a calibrar os cruzamentos e fisicamente está a aproximar-se dos níveis ideais. Sofreu a falta que levou à expulsão de Hugo Vieira.