O Carnaval só termina na sexta-feira com o «enterro do osso». Nesse dia há «derby» no «caldeirão». Nem mesmo o mau tempo que vem marcando presença na Madeira arrefece a rivalidade entre Nacional e Marítimo. Patacas já é experiente nestes duelos que são mais vividos fora das quatro linhas. Para este alvinegro, a hora é de regressar aos triunfos, após uma fase menos boa. Mesmo que seja nos Barreiros, os nacionalistas respeitam o rival mas não temem.
«O Marítimo está forte e também já passou uma fase menos boa e tem vindo a recuperar. Espero que o Nacional vença. Respeitamos o Marítimo não os tememos», disse Patacas.
Quanto ao momento que a equipa vive, o pupilo de Manuel Machado admite que não é o melhor em termos de resultados. «Nesta fase não estamos a conseguir mas tivemos três jogos bastante difíceis. Em Olhão e com o Rio Ave queríamos ter conquistado mais pontos e não o conseguimos. Mas só as grandes equipas é que conseguem dar a volta a esta situação. Em cinco jogos só fizemos um ponto mas continuamos na luta pelo objectivo Europa. Sabemos que todas as equipas podem passar por uma fase como esta onde não vencemos. Espero que regressemos aos triunfos já no próximo jogo», afirmou, mostrando-se esperançado num futuro mais risonho. E prosseguiu: «Não estou muito preocupado. É claro que a qualidade de jogo não é a mesma que algum tempo atrás. Nós reconhecemos isso, mas temos valor para voltar a jogar bem, vencer e chegar ao 4º lugar».
Pressão dos dois lados
No «derby» não há favoritos e quanto a pressão, Patacas considera que está dividida. «A pressão está dos dois lados, pois os clubes lutam pelos mesmos objectivos. Sabemos que o derby é sempre especial, mas o que vale para nós são os três pontos numa luta por uma prova europeia. O campeonato está a encurtar e não sendo decisivo este jogo, os três pontos são importantes.»
O mau tempo que se faz sentir na Madeira poderá vir a prejudicar o espectáculo, pois o relvado dos Barreiros não estará nas melhores condições: «Não é de agrado para ninguém quando o tempo não ajuda, pois joga-se pouco futebol. Para nós não é favorável».
Há qualidade; faltam rotinas
A saída de Ruben Micael já foi directamente relacionada com a perda de qualidade do Nacional e as derrotas averbadas em termos Liga e afastamento da Taça de Portugal. Patacas não concorda com esta opinião.
«Sei que vão falar no Ruben Micael que é um excelente jogador como se pode ver no F.C. Porto. O Nacional tinha rotinas com ele, e é normal agora seja necessário adaptar outros jogadores e isso leva algum tempo. O Ruben Micael é excelente, mas o Nacional já viveu situações destas. Ele faz falta, mas o Nacional já perdeu outros jogadores fundamentais e conseguiu superar isso. Agora, a diferença está que ele saiu em Dezembro e não me lembro que o clube tenha perdido outro jogador nessa altura. Temos jogadores com qualidade e que precisam de assimilar o que se pretende. A qualquer momento vamos inverter esta fase», disse.
Halliche e Rodrigo «KO»
Halliche e Rodrigo estão fora do «derby» de sexta-feira. Os dois jogadores limitam-se a fazer tratamento médico e as ecografias que ambos realizaram acusaram lesões que os vão afastar durante alguns dias. Halliche fez uma rotura muscular no adutor direito, enquanto Rodrigo sofre de um estiramento na face posterior da coxa esquerda. O central argelino deve estar ausente pelo menos três semanas, enquanto que o avançado brasileiro poderá voltar a treinar na próxima semana se tudo correr bem em termos de recuperação.
Manuel Machado dirigiu uma sessão que decorreu à porta fechada no Campo Centenário e que durou cerca de 75 minutos. O técnico testou várias soluções para o embate com o rival Marítimo, numa «peladinha» onde Thiago Gentil e Diego Barcellos marcaram presença, confirmando que estão disponíveis para o jogo no «caldeirão».