Paulo Sérgio, treinador do Sporting, analisa a vitória sobre o Paços de Ferreira (1-0), em jogo da 4ª eliminatória da Taça de Portugal:

«Fizemos uma boa primeira parte, em função das dificuldades criadas pelo adversário. A equipa foi paciente, e circulou bem a bola, embora o devia ter feito mais rápido. Conseguimos criar três ou quatro boas situações, sem que a nossa baliza tivesse corrido perigo. Na segunda parte faltou alguma chama, alguma alegria. Entendo que o Paços de ferreira tenha tentado reagir, mas a equipa esteve sempre bem posicionada. Soubemos gerir o jogo, mas não fomos agressivos a sair para o ataque. O Paços, na única vez em que vai com perigo à nossa baliza, é no último segundo do jogo. Podia ter levado o jogo para prolongamento, na sequência de uma perda de bola nossa, quando podíamos ter sentenciado o jogo. Não foi um grande jogo, mas o Sporting fez aquilo que tinha a fazer nesta altura: vencer os jogos.»

[sobre o posicionamento de Valdés, mais sobre a esquerda] «O adversário jogava com dois pivots defensivos. Os espaços não abundavam. O Valdés teve de recuar bastante, à procura de jogo, a tentar criar desequilíbrios. A missão era defender o corredor mas vir para dentro pegar no jogo. Tinha essa dupla missão. Tanto jogou no corredor como por dentro. Mas repito que só aqui é que o Valdés tem jogado na posição dez. É um jogador de corredor. Entendemos que tem todas as condições para ser um número 10. Tem dado um óptimo contributo nessa função, o que não deixa de fazer dele um homem de corredor.»

[admite que, nesta altura, é mais importante vencer que convencer?] «Não tenho a menor dúvida. Acrescentando, porém, que me parece que jogámos bem no primeiro tempo. Devíamos ter jogado mais rápido, mas contra um bloco tão denso, a velocidade também pode ser má. Corres mais riscos. A equipa foi paciente.»

[ainda sobre a qualidade do jogo e da exibição leonina] «Não foi um jogo brilhante, mas é preciso ter a responsabilidade de saber que o fundamental é ganhar. O brilhantismo vem com naturalidade, para quem trabalha como nós. Foi uma semana típica, em que trabalhamos sem vários elementos, por causa das selecções. O Liedson voltou a jogar um mês depois, e o Pedro Mendes voltou a fazer 90 minutos tanto tempo depois. São tópicos que podem entrar na análise para fazer esta segunda parte que não foi a desejada.»

[concorda que Liedson pareceu um corpo estranho à equipa, neste jogo?] «É uma análise precipitada. O Liedson vem de uma paragem de um mês, mas não posso dizer que não tenha feito bem o seu trabalho.»

[para o Clássico da próxima semana será preciso complementar o trabalho de campo com trabalho psicológico, dada a goleada que o F.C. Porto aplicou ao Benfica?] «Cada jogo é um jogo. O F.C. Porto goleou o Benfica e hoje ganhou com dificuldade em Moreira de Cónegos.»

[sobre a presença de menos de 9 mil adeptos em Alvalade] «São coisas que fogem ao meu controlo. Sou treinador de futebol. Acredito que, somando vitórias, os adeptos terão mais vontade de nos ver jogar.»