Sabe que é um encontro histórico, embora não saiba se será o mais importante da sua carreira. Peiser tem estado em foco na Académica, pela frequência com que é eleito como melhor em campo, mas não se sente acima do grupo, ao mesmo tempo que garante uma tremenda motivação para o jogo deste domingo, da segunda-mão da meia-final da Taça de Portugal, diante do V. Guimarães.

«Esperamos passar. Recuperar de um golo é possível, mas podiam ser dois ou três. Ás vezes, acontecem coisas loucas no futebol. Estamos confiantes em chegar ao Jamor, tal como já o tinha dito antes do primeiro jogo. Acreditamos fortemente que podemos ganhar. Sabemos que, se cada jogador der tudo, as possibilidades são fortes», afirma o francês.

O entusiasmo pela possibilidade de ver a Briosa na final da Taça de Portugal 42 anos depois estende-se muito para além do balneário da Académica. «Vai ser um jogo especial. É muito importante para nós. Não vamos ter 50 oportunidades destas na carreira. Só há uma final a cada época. E quando sentes a cidade toda a vibrar, quando vais ao leite ou ao pão, e todos dizem: força, vamos ao Jamor!... está tudo dito. Já sonhamos com a final, mas sabemos que temos de ganhar ao Guimarães primeiro», reconhece.

Repetente em meias-finais

Peiser já tinha tido oportunidade de chegar à final da Taça de Portugal, na época passada, quando disputou, pela Naval, uma meia-final diante do Desp. Chaves. Na altura, os figueirenses foram eliminados em casa, após prolongamento. Uma frustração enorme, que o guardião não quer voltar a sentir:

«Estamos num contexto diferente. No ano passado, jogámos num estádio quase vazio. Agora espero que todos os adeptos da Académica estejam connosco. É como um jogo da quarta divisão, que tem pouca gente e pensas que será um jogo fraco. Mas com 50 mil pessoas parece logo um jogo melhor. Há muito tempo que o clube não chegava a este ponto. Queremos ir ao Jamor e vencer lá.»

Numa eliminatória a este nível, a decisão por pontapés da marca de grande penalidade é sempre uma hipótese a considerar. Peiser já foi decisivo nesse capítulo, quando jogava no Troyes e ajudou a equipa a ultrapassar o Croix de Savoie, mas relativiza o passado:

«Estou preparado para tudo. Penalties? Também se treinam durante o ano. Não começámos a treiná-los na semana passada. Cada jogador é importante, e não me sinto acima do grupo. Também já sofri 5 golos num jogo. Para ganhar é preciso estarmos todos juntos, solidários. Essas são as melhores vitórias, quando sentimos que sofremos todos em conjunto.»

Da preparação do dia, num treino à porta fechada, desta que para Hélder Cabral e Diogo Gomes, que se mantêm em regime de treino condicionado, enquanto Adrien, Amoreirinha, Nuno Coelho, Éder e Addy, este na selecção do Gana, vão falhar o jogo.