Foi, indiscutivelmente, um dos melhores jogadores do Mundo da primeira década do século XXI.

Conquistou estatuto de estrela do Barcelona (e com ele festejou a Champions e dois títulos espanhóis) e da seleção brasileira (e com ela atingiu o teto do Mundo em 2002 e se manteve no topo pelos anos seguintes, com a Confederações-2006 e apesar das frustrações dos Mundiais 2006 e 2010).

Ronaldinho Gaúcho, 33 anos, já passou, certamente, o pico de uma carreira notável. Mas daí até se dizer que está acabado vai uma grande distância.

Isso parecia, de facto, ter acontecido. Nos últimos anos, as frustrações do Mundial e a curva descendente no AC Milan pareciam configurar o período de queda de Gaúcho dos grandes palcos.

Depois da promessa no PSG, dos anos de glória no Barça e do início da queda no Milan (mas ainda com um título italiano e muita magia derramada em palcos transalpinos), Ronaldinho saiu da Europa, optou pelo regresso ao Brasil.

Só que a passagem pelo Flamengo não correu bem: apesar dos 28 goos em 74 jogos, com um título carioca pelo meio, o final foi litigioso, com uma confusão contratual pelo meio. No escrete, Mano Menezes deixou de apostar nele. Muitos sentenciaram o fim da era Ronaldinho.

Picado, Gaúcho recusou-se a aceitar a ideia e prometeu: «Vão ver que não estou acabado».

Escolheu o Atlético Mineiro para relançar a carreira. Aposta arriscada, consideraram uns. O último tiro no pé, decretaram outros.

Os últimos meses estão a provar que quem estava certo era Ronaldinho. Crucial na caminhada gloriosa do Galo à conquista da Libertadores, Gaúcho voltou a ser uma estrela.

Dos seus pés nasciam as melhores ideias do At. Mineiro. Ronaldinho foi a maior estrela de um elenco de qualidade, a

referência da qual todos esperavam que resolvesse.

Depois do triunfo épico sobre o Olimpia, na final do Mineirão, Ronaldinho, com tanta crítica acumulada, explodiu: «Falem agora!».

Não, definitivamente não: ele não estava acabado. Porque um talento assim imenso não se esgota com a idade.

E depois de já ter sido duas vezes melhor do Mundo FIFA, depois de ter festejado o título mundial com o Brasil, depois de ter ganho a Liga dos Campeões e por duas vezes a liga espanhola, Ronaldinho foi também campeão sul-americano.

Já não se pergunta se ele está acabado, mas antes que grande título internacional lhe faltará ainda conquistar.

Mesmo tendo ficado de fora da Confederações, será que Ronaldinho Gaúcho ainda vai a tempo de convencer Scolari a dar-lhe uma vaga no Mundial-2014?

RONALDINHO GAÚCHO

Nome: Ronaldo de Assis Moreira

Data de nascimento: 21 de março de 1980 (33 anos)

Naturalidade: Porto Alegre

Percurso em clubes: Grêmio (1987-2000), PSG (2001-2003), Barcelona (2003-2008), AC Milan (2008-2010), Flamengo (2011-2012), Atlético Mineiro (2012-??)

Seleção Brasil: Sub-17 (seis jogos, dois golos); Sub-20 (cinco jogos, três golos); Sub-23 (27 jogos, 18 golos); Seleção principal (102 jogos, 35 golos)

Títulos de relevo: Mundial Sub-17 (1997); Campeão do Mundo pelo Brasil em 2002; Melhor Jogador do Mundo FIFA 2004 e 2005; Taça das Confederações (2005); duas ligas espanholas (2005 e 2006); Champions (2006); medalha de bronze Pequim-2008; uma liga italiana (2011); Libertadores 2013