As irregularidades do BCP ainda mexem. Pelo menos, é esse o assunto que vai levar o procurador-geral da República a receber o presidente e o vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Dois meses depois da entrega dos relatórios preliminares das investigações do supervisor ao BCP, que assentam nas denúncias contra o maior banco privado português e antigos responsáveis por alegados crimes de mercado, é por vontade de Carlos Tavares e Amadeu Ferreira que o encontro com Pinto Monteiro tem lugar esta sexta-feira na procuradoria-geral da República.

Vêm aí contra-ordenações

Recorde-se que a CMVM encaminhou para o Ministério Público, em meados de Abril, dois relatórios preliminares das suas investigações ao BCP no caso que pode configurar crimes de manipulação de mercado.

Refira-se ainda que, no programa «Discurso Directo», da «TSF» e do «DN», o presidente da CMVM disse no fim-de-semana que quer isolar os que não são responsáveis pelas ilegalidades que estejam associadas à instituição hoje liderada por Santos Ferreira.

Carlos Tavares acredita que as investigações que estão a ser feitas por este organismo às alegadas irregularidades cometidas pelo BCP vão acabar em contra-ordenações e vão confirmar as investigações iniciais.

«Não correríamos o risco de pedir a publicitação de factos se não estivessem já na altura suficientemente documentados. Tudo aquilo que foi dito na altura por nós e que os factos que apontámos confirmam-se e que as conclusões de 23 de Dezembro estão hoje reforçadas, estão mais fundamentadas», explicou.