Esta é a 12ª presença de Portugal em fases finais de Campeonatos do Mundo e da Europa e foi a quarta vez que a Seleção Nacional perdeu num jogo de estreia. A estatística animadora é a de que nas seis vezes anteriores em que não venceu na estreia, a equipa nacional passou em cinco ocasiões à fase seguinte e apenas em uma foi eliminada.

As últimas duas derrotas foram frente à Alemanha: a desta segunda-feira (0-4), que é a maior de sempre sofrida por Portugal em fases finais, ainda não tem consequências definidas. Mas o 0-1 para os germânicos no Euro 2012 não impediu Portugal de passar a fase de grupos.

A outra derrota na estreia que foi ultrapassada pela passagem à fase seguinte foi com a Grécia (1-2) no Euro 2004. O desaire português no primeiro jogo que culminou numa eliminação na primeira fase foi com os Estados Unidos (2-3 no Mundial 2002) – precisamente o próximo adversário de Portugal neste Grupo G do Mundial 2014.

No histórico de confrontos com os norte-americanos, a seleção portuguesa está empatada nos totais (duas vitórias, um empate e duas derrotas). Mas fica a perder na importância dos jogos em questão. E também não vence os EUA há 24 anos:
1978 Portugal-EUA, 1-0 (particular)
1980 Portugal-EUA, 1-1 (particular)
1990 Portugal-EUA, 1-0 (particular)
1992 EUA-Portugal, 1-0 (US Cup)
2002 EUA-Portugal, 3-2 (Mundial)

Além das quatro derrotas no primeiro jogo, Portugal tem mais três empates na estreia em fases finais: no Mundial 2010 empatou 0-0 com a Costa do Marfim, no Euro 1996 empatou 1-1 com a Dinamarca; no Euro 1984 empatou 0-0 tendo de novo a Alemanha como adversária (fazendo dos germânicos recordistas absolutos nas estreias dos portugueses: três vezes). Passou sempre à fase seguinte nestas três ocasiões. Assim, das seis vezes anteriores a esta em que Portugal não ganhou na estreia, só uma vez ficou pela fase de grupos.

Tendo em conta o caso concreto do Campeonato do Mundo e das estreias com derrotas, o único registo de Portugal já consumado foi o tal com os EUA em 2002 terminado com a eliminação na fase de grupos e indo de encontro à estatística: apenas 18% dos que perderam o primeiro jogo passaram a fase de grupos.

Estreias de Portugal em fases finais:
Mundial 1966: venceu 3-1 a Hungria e passou o grupo
Euro 1984: empatou 0-0 com Alemanha e passou o grupo
Mundial 1986: venceu 1-0 a Inglaterra e foi eliminado
Euro 1996: empatou 1-1 com a Dinamarca e passou o grupo
Euro 2000: venceu 3-2 a Inglaterra e passou o grupo
Mundial 2002: perdeu 2-3 com EUA e foi eliminado
Euro 2004: perdeu 1-2 com a Grécia e passou o grupo
Mundial 2006. venceu 1-0 Angola e passou o grupo
Euro 2008: venceu 2-0 a Turquia e passou o grupo
Mundial 2010: empatou 0-0 com a Costa do Marfim e passou o grupo
Euro 2012: perdeu 0-1 com a Alemanha e passou o grupo
Mundial 2014: perdeu 0-4 com a Alemanha e?...

Para inverter a regra feita no Mundial 2002 e apanhar a tendência nos Europeus de uma derrota na estreia, Portugal só pode pensar em vencer os EUA no próximo jogo, depois de os norte-americanos terem vencido o Gana.

O calendário do Mundial

Nesta primeira fase do Mundial, Paulo Bento já sabe que não vai poder contar com Hugo Almeida e Fábio Coentrão. Ambos os jogadores tiveram que ser substituídos frente à Alemanha e o médico da Seleção, Henrique Jones, já informou que os jogadores estarão parados, no mínimo, dez dias.

Nesta segunda-feira, Paulo Bento optou por substituir Hugo Almeida por Eder remetendo Hélder Postiga para a condição de terceiro ponta de lança, depois de o jogador da Lazio ter acabado por ter sido o que menos minutos jogou no estágio. Postiga tem sido, no entanto, o ponta de lança preferido por Bento nos seus quatro anos de Seleção. A estratégia pelo jogo mais físico e direto de Eder ou mais trabalhado com os companheiros de ataque por Postiga serão também pesarão também na decisão do selecionador.

No lado esquerdo, o lugar de Coentrão foi ocupado por André Almeida. E as opções de Paulo Bento são aqui ainda mais reduzidas, pois não há um lateral esquerdo com as mesmas características do jogador do Real Madrid. O jogador do Benfica ocupou o lugar de forma adaptada (é lateral direito) e não tem a mesma dinâmica ofensiva de Coentrão.

Miguel Veloso pode também ser uma escolha para o lado esquerdo da defesa tentando recuperar uma rotina que já conhece mesmo que não a pratique há algum tempo, o que poderia possibilitar a entrada de William Carvalho para o meio-campo.

Ricardo Costa poderia ser também uma opção (de outro recurso) para a esquerda, mas o central está mais habituado a adaptar-se à direita da defesa. Só o jogador do Valencia acabou por ser o escolhido por Bento para o centro do setor defensivo quando foi preciso colmatar a expulsão de Pepe ficando o outro central – Neto – como última opção do selecionador entre os centrais.