A entrada de um pedido de insolvência do Olhanense, por parte de um ex-treinador, apanhou de surpresa a Direção do clube algarvio, que, segundo o presidente Isidoro Sousa, teria um acordo de saneamento da dívida para o dia 1 de setembro.

O presidente do Olhanense falou ainda da mudança para o Estádio Algarve, garantindo no entanto que a equipa estará de volta a Olhão, no jogo com o Estoril.

«Houve de facto um pedido de insolvência, processo que já está entregue ao nosso departamento jurídico, onde irá ser tratado e resolvido. Não quero divulgar quem o fez, irá ser público mais tarde. Tínhamos um acordo, em que parte já foi pago, e estranhamos porque esse acordo ia até ao dia 1 de setembro. Mas quero descansar os sócios, porque a situação está a ser resolvida e vai ser ultrapassada», garantiu.

Isidoro Sousa não negou dívidas a treinadores, jogadores e funcionários. «Através da SAD, o Olhanense liquidou integralmente os vencimentos ao plantel da última época. A exceção é em relação a alguns treinadores, em que estamos a desenvolver esforços para resolver o mais rápido possível.



Nesta fase de mudança, e com o protocolo com a SAD, temos vários funcionários que já passaram para a SAD, outros estão em estudo a hipótese de também seguirem. Mas não escondemos que temos dois meses de vencimentos em atraso e tudo iremos fazer para que seja resolvido a curto prazo», explicou.

O presidente do Olhanense abordou também a mudança dos jogos da equipa na condição de visitada, para o Estádio Algarve, tema que tem dividido os sócios do clube. «Nunca ninguém ouviu da minha boca dizer que o Olhanense iria jogar toda a época lá. Isso nunca nos passou pela cabeça. O clube é de Olhão e é em Olhão que tem que jogar. Se alguém deu essa notícia, deu-a à revelia da direção e da SAD, e de forma errada, e que irritou os sócios», começou por dizer, garantindo que a equipa só irá jogar no Estádio Algarve, com o Paços de Ferreira e com o Sporting.

«Fiz ver à SAD que era importantíssimo jogar em Olhão, perante os nossos sócios e adeptos. O relvado está em más condições, e com treinos e jogos durante uma época, fica insuportável. Como tem acontecido todos os anos, as partes que estavam danificadas foram semeadas, infelizmente não resultou em tempo útil. Estamos a tratar de uma operação rápida ao tapete, que durará cerca de uma semana. Isto para garantir que o Olhanense já irá jogar em Olhão no terceiro jogo caseiro, com o Estoril. Isso é uma certeza que me foi dada pela empresa que irá efetuar o trabalho», referiu.

«Se ultrapassámos uma fase muito difícil de inscrever a equipa, também iremos ultrapassar outras. Estou preparado para esta luta, estamos em consonância com a SAD. Não há uma separação entre o clube e a SAD. Ainda vivemos um momento difícil, o arranque de uma transformação que todos os olhanenses sentiram, mas era a única via do clube continuar na alta-roda do futebol português. Peço paciência aos nossos associados, que apoiem a equipa, a direção e a SAD. Ultrapassada esta fase, o Olhanense irá estabilizar e conseguir algumas surpresas¿», acrescentou.

A falta de um campo de treinos é uma lacuna que prevalece desde a subida, e que está próxima de ser solucionada. «Sempre tivemos essa dificuldade e a nossa autarquia empenhou-se em tentar resolvê-la, mas não foi possível dada a crise económica que assola o país.

Mas, esta semana, iremos ter uma reunião com o Sr. Presidente da Câmara Municipal, para arranjarmos uma solução. Na passada quinta-feira foi-nos oferecido um terreno, a SAD irá suportar a relva, e iremos ver se a autarquia terá possibilidade de fazer as infraestruturas.

Está tudo bem encaminhado, e a curto prazo poderemos ter um campo de treinos», disse, referindo-se a um terreno nas imediações do Estádio Municipal de Olhão, que já tinha sido cedido há quatro anos.