Carlos Queiroz deslocou-se nesta quinta-feira ao Departamento de Investigação e Acção Penal, no âmbito do processo-crime que instaurou contra o Secretário de Estado do Desporto e o presidente da ADoP. Ao chegar às instalações da Polícia Judiciária, o antigo seleccionador nacional manifestou esperança numa investigação «justa e isenta».

O técnico contesta a forma como foi conduzido o processo disciplinar instaurado após o polémico controlo antidoping realizado na Covilhã, no estágio de preparação para o Mundial 2010. «Alteração de datas, relatórios colocados em datas que são truncadas, declarações que são feitas cinquenta dias depois, absolutamente coincidentes, relatórios preenchidos com letras que não são aquelas que foram subscritas pelos médicos que assinaram o primeiro relatório. Como é possível ser conduzido um inquérito sobre pessoas que o próprio inquiridor não conhece», aponta Queiroz, citado pela agência Lusa.

O técnico contesta a forma como foi conduzido o processo que levou a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) a aplicar-lhe seis meses de suspensão, por alegados insultos aos médicos. Queiroz avançou com um processo contra o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, o presidente da Adop, Luís Horta, e ainda aos outros três médicos que estiveram na Covilhã. Em causa, no entender do antigo seleccionador, está um crime de «fraude processual».