Os dados estatísticos da vitória do Benfica sobre o F.C. Porto ( 3-0), na final da Taça da Liga, não dizem tudo o que se passou no relvado, mas revelam alguns pormenores interessantes que, à primeira vista, podem escapar aos observadores mais atentos. Alguns dados, fornecidos pela Liga, são óbvios, como o facto da equipa de Jorge Jesus ter rematado três vezes mais do que a de Jesualdo, mas sabia que foi o clube da Luz que cometeu mais faltas na dura partida do Algarve?
Foi um jogo em que vieram ao de cima os argumentos físicos das duas equipas, no melhor e no pior dos sentidos, apesar de Jorge Sousa, no capítulo da disciplina, ter distribuído apenas quatro cartões amarelos para cada lado, terminando o jogo sem recorrer ao vermelho. No balanço das faltas cometidas, o Benfica também se destaca, com um total de 23 infracções contra 18 do F.C. Porto. Os jogadores mais faltosos foram Aírton e Pablo Aimar, ambos com quatro faltas, seguidos por Bruno Alves, Raúl Meireles, Falcao, Ruben Amorim e Luisão, todos com três. No plano inverso, nas faltas sofridas, Rodríguez e Fernando, com quatro faltas, foram os jogadores mais massacrados, seguidos por Ramires e Rolando, com três.
Os três golos revelam melhor eficácia do Benfica, mas também correspondem ao maior número de remates dos encarnados, com doze pontapés contra apenas quatro do F.C. Porto. Dos doze remates do Benfica, três resultaram em golo, dois foram dirigidos ao guarda-redes, um foi ao poste (Ruben Amorim, antes do golo de Cardozo), dois para fora e outros quatro interceptados pelos defesas contrários. A equipa de Jesualdo fez apenas um remate à baliza (Rodríguez) e outros três para fora. Por curiosidade, Cardozo, que entrou aos 77 minutos, foi o mais rematador do jogo, com três pontapés, um golo e dois interceptados.
O Benfica também lidera no número de ataques com um total de 31 iniciativas contra 25 do adversário. Os encarnados atacaram mais pelas alas, quer pela direita (13), como pela esquerda (15), contando apenas com três investidas pela zona central. Ruben Amorim, Carlos Martins e Kardec foram os mais activos do Benfica no último terço do terreno.
O retrato do ataque do F.C. Porto não é muito diferente. Os dragões investiram mais pela direita (15), mas também tentaram pelo flanco contrário (9), somando apenas um ataque pela zona central. Entre os homens de Jesualdo, Fucile, que entrou ao intervalo, foi de longe o mais activo, com um total de sete iniciativas, logo seguido por Falcao (5).
Apesar das poucas oportunidades para visar a baliza de Quim, foi o F.C. Porto que cruzou mais bolas ao longo da partida, com um total de 13 cruzamentos contra 11 do Benfica. Estes dados também revelam que as duas equipas cruzaram mais bolas pela esquerda. O Benfica cruzou sete bolas do corredor de Fábio Coentrão (3 cruzamentos) e Di María (ouros três), enquanto o F.C. Porto cruzou oito bolas da ala de Álvaro Pereira (6 cruzamentos).
Nos roubo de bolas, destaque para as iniciativas de Fábio Coentrão que ganhou cinco bolas no seu corredor. No lado do F.C. Porto destacou-se Fernando, com a conquista de quatro bolas na sua zona de jurisdição. No plano contrário, nas perdas de bola, Aimar foi o mais perdulário dos encarnados, em quatro situações, tantas como Miguel Lopes e Valeri juntos, no lado do F.C. Porto.
A concluir, equilíbrio nos pontapés de canto, com saldo favorável ao Benfica (6/5) e na posse de bola (51% contra 49%).
Esclarecimento: face ao elevado número de comentários, reforçamos que este artigo foi escrito com base nos números oficiais fornecidos pela Liga. Nos dados estatísticos estão contabilizadas apenas as faltas que foram assinaladas no decorrer do jogo pelo árbitro Jorge Sousa.