Chegou a Kawasaki e viu Hulk de malas à porta. «Ia para o Tokyo Verdy.» Recebeu as chaves do apartamento e ficou por lá mais de dois anos. Do Incrível ficaram «palavras amigas» e relatos dos colegas japoneses. «Era uma espécie de pequeno deus, todos o adoravam.»

A vida atordoa, não pára de rodopiar. Renatinho, entretanto, veio parar ao Portimonense. 600 kms a sul do seu antecessor no Japão. «Fui contratado pelo Kawasaki Frontale em 2008 para substituir o Hulk. Fiquei com o lugar dele na equipa, apesar de sermos completamente diferentes», explica ao Maisfutebol.

O reencontro está agendado para domingo no F.C. Porto-Portimonense. «Vamos por a conversa em dia, certamente. Temos uma boa relação e não fomos colegas de equipa por muito pouco. Somos os dois jovens e temos uma longa carreira pela frente. Desta vez ganho eu, mesmo no Estádio do Dragão.»

Caminhos trocados, desencontrados, mas unidos por uma admiração mútua. Renatinho é fã de Hulk. «Neste momento não vejo ninguém a jogar como ele joga. É o melhor avançado do mundo, ninguém o consegue parar», vinca, sem margem para dúvidas.

Nem Messi, nem Ronaldo. Para Renatinho, Hulk é «superior» a qualquer um no imediato.

«No Japão a palavra respeito faz parte do dia-a-dia»

No Oriente, Renatinho não se pôde socorrer de Hulk para a adaptação «a uma cultura difícil». Os primeiros «três/quatro meses» foram «extremamente duros», mas os bons resultados desportivos «facilitaram tudo».

O agora jogador do Portimonense chegou como «salvador» e herdeiro do talento de Hulk. Saiu-se bem. «Adorei o ambiente e impressionei-me com o respeito demonstrado por todos. Tanto em campo como na rua. O jogo acabava, íamos passear e as pessoas eram sempre bastante educadas. É um país onde a palavra respeito faz parte do dia-a-dia.»

Grande promessa do Santos, Renatinho teve no último Verão a possibilidade de chegar à Europa. Fê-lo via Portimonense, depois de algumas semanas «sem saber para onde ir».

«Conversei com a minha família e optámos por uma cidade tranquila num bom campeonato. O Algarve é um bom sítio para viver e jogar. Quando cheguei estava meio perdido, porque estive muito tempo no Japão. Agora sim, finalmente começo a sentir-me bem e a jogar o meu futebol.»

«É de jogos como este no Dragão que eu gosto»

O regresso do Portimonense à Liga está a ser vivido aos soluços. O conjunto de Litos tem dado indicações positivas, embora aparente alguma ingenuidade no processo defensivo. O antepenúltimo lugar reflecte a irregularidade de uma equipa que quer jogar «bom futebol» no Dragão.

«O Porto é uma equipa muito grande, fortíssima e grande candidata ao título. Se conseguirmos um bom resultado vamos ficar extremamente motivados. É destes jogos que eu gosto. Dá para jogar à bola e há muita a gente a ver.»

Renatinho tem 23 anos e jogou no Santos até 2008. Depois do Kawasaki Frontale, no Japão, prova em Portimão o futebol europeu. Até agora, soma três presenças na Liga (duas a titular) e um golo de livre directo frente à Académica, na passada jornada.

Renatinho a falhar um penalty no Japão...:



... e a fazer um passe para golo: