Noite de emoções este domingo em Coimbra com a Académica a garantir apenas nas grandes penalidades a passagem à próxima fase da Taça da Liga, após uma atuação memorável de Ricardo entre os postes: o guardião dos estudantes defendeu cinco dos sete pontapés da marca dos 11 metros apontados pelo Sp. Covilhã.
No meio de tamanha proeza, o «bis» de Edinho, que permitiu, justamente, empatar a eliminatória até sai diluído, mas o dono das redes da Briosa não se esqueceu do colega no momento de encarar os holofotes logo após o encontro.
«O Edinho também foi importante pelos dois golos, porque, de outra forma, não íamos a penalties. O grupo todo correu, lutou e nunca virou a cara à luta», destacou o guarda-redes, num assomo de humildade.
«É bom chegar ao final do jogo com a sensação de dever cumprido, mas gosto mais de destacar o coletivo. Acho que a equipa fez um jogo fantástico. Apesar de estarmos no intervalo da eliminatória, entrámos decididos, determinados a dar a volta. É vitória do grupo e mesmo dos que não participaram no jogo e tornam o coletivo mais competitivo», prosseguiu.
Mas não havia volta a dar. «Os penalties? Se disser que defendi três em toda a minha carreira e agora defendi cinco num jogo¿ São feelings, muitas vezes atiramo-nos para um lado e a bola não vai para lá. Desta vez correu bem e passámos à próxima fase, que é o mais importante. Especialista? É muito subjetivo¿»
Já agora, note-se que o camisola 12 da Académica havia defendido também uma grande penalidade no último jogo, diante do V. Guimarães, o que perfaz seis remates deste género defendidos em duas partidas!
Anos na sombra até à afirmação
A carreira de Ricardo desde que chegou a Coimbra em 2007 não tem sido fácil. Entre um empréstimo à U. Leiria, algumas lesões ou na sombra de Peiser, o guardião, de 30 anos, só esta época agarrou definitivamente a titularidade.
«Sinto um orgulho enorme em mim, porque é nesses momentos que se veem os grandes homens, quando não se joga. Nunca virei a cara à adversidade, sempre lutei como profissional pelos interesses da académica Jogando ou não, gosto de receber bem os colegas e criar bom ambiente no grupo», recordou, admitindo que a carreira corre-lhe de vento em popa.
«Acho que as pessoas reconheceram-me valor para renovar quando terminei o meu contrato. A mim cabia-me trabalhar diariamente e aos responsáveis acreditarem no meu valor. Isso tem acontecido, tenho correspondido, e estou feliz da vida.»