Tarde de emoções fortes em Vila do Conde. Golos, casos, protestos e muitos nervos no encontro entre Rio Ave e Académica, que acabou por sorrir a uns estudantes agora mais tranquilos antes dos últimos três exames da época. A vitória por 4-1 é um castigo demasiado pesado para a formação vila-condense, que foi simplesmente enorme na entrega e na atitude demonstradas ao longo de 90 minutos.
Este era um jogo fundamental para as duas equipas, que lutam desesperadamente para fugir à despromoção. E o Rio Ave, a primeira equipa abaixo da linha de água, dificilmente podia sonhar com um melhor início de partida. Corria o segundo minuto quando Gaúcho marcou o seu nono golo do campeonato, concluindo uma jogada brilhante que começou em Zé Gomes, passou por Evandro e acabou no fundo das redes de Pedro Roma. O enorme entusiasmo que se apoderou dos adeptos não teve reflexos na equipa, que entregou de imediato o controlo da partida à Académica, recuando em demasia no terreno.
Agradeceram os estudantes que, apesar de se encontrarem muito desfalcados e sem o seu treinador no banco (Nelo Vingada cumpriu castigo), passaram a pressionar mais e conseguiram o primeiro prémio aos 20 minutos. Bruno Mendes agarrou Gelson quando este seguia isolado para a baliza de Mora, com o árbitro Duarte Gomes a não ter outra alternativa que não expulsar, e bem, o central da casa. Começaram aqui os protestos com o juiz de Lisboa e começou aqui também a enorme demonstração de profissionalismo por parte dos jogadores do Rio Ave.
Com menos um jogador em campo, a equipa vila-condense tudo fez para superar essa lacuna graças à determinação e ao empenho que colocou em cada disputa de bola. Mora foi o primeiro a brilhar ao negar o empate por duas vezes, primeiro a remate de Gelson e depois a travar um pontapé de Filipe Teixeira. Milhazes ainda esteve perto de ampliar a vantagem antes do intervalo, mas o livre do lateral esquerdo saiu ligeiramente ao lado da baliza de Pedro Roma.
45 minutos de sonho
Pouco ou nada se alterou depois do intervalo. O Rio Ave continuou a demonstrar a mesma força, mas nem isso serviu para evitar o golo do empate da Académica. Livre directo de Fernando, defesa incompleta de Mora e Gelson a surgir no sítio certo para empurrar para o fundo das redes, dando justiça ao marcador perante o equilíbrio que se registava.
Tal como tinha acontecido na primeira parte, os 20 minutos da etapa complementar ficaram marcados por um cartão vermelho. Desta vez para o médio dos estudantes Fernando, que viu o segundo amarelo após uma falta sobre Niquinha, mas não houve lugar ao desânimo entre os forasteiros. Apenas dois minutos volvidos, Rui Miguel coloriu a sua estreia na equipa principal da Académica com um golo, dando o melhor seguimento a um cruzamento de Ezequias. A posição do jovem avançado da Briosa deixou algumas dúvidas, situação que serviu para exaltar ainda mais os ânimos no recinto vila-condense.
Tentaram reagir os homens da casa, mas a machadada final nas aspirações da equipa de João Eusébio aconteceu à entrada do último quarto de hora. Canto na esquerda batido por Pedro Silva e Gelson a antecipar-se à defesa vila-condense para cabecear para o fundo das redes de Mora. O vencedor do encontro estava encontrado, mas ainda houve tempo para ver uma pequena obra de arte de Pedro Silva. Já em tempo de compensação, o lateral direito brasileiro passou por dois adversários, fintou Mora e apontou o quarto golo da sua equipa. A Académica suspira de alívio e os vila-condenses vêm a Liga de Honra cada vez mais próxima.