Roberto Carlos deu longa entrevista ao «Globo Esporte» e não poupou críticas a Samuel Eto'o, de quem foi colega no Anzhi.

Chegado ao clube russo em 2011, vindo do Corinthians, Roberto Carlos iniciou nova fase no Anzhi, já na reta final da sua carreira.

De tal modo que o ex-lateral-esquerdo da seleção do Brasil acabou por assumir funções fora das quatro linhas, como diretor e treinador.

Contratado em maio para assumir o comando técnico do Sivasspor, da Turquia, saiu do Anzhi, apesar de ter sido sua ideia ficar muitos e bons anos no clube do milionário Suleiman Kerimov.

O que não correu bem no Anzhi? Antes do mais, Samuel Eto'o: «Eu cheguei e, no primeiro ano, ficámos entre os cinco primeiros. Conseguimos profissionalizar a equipa. No segundo, contratámos o Eto'o, e eu tinha controlo com a equipa: organizava os jogadores e trabalhava com o treinador. Coloquei o Anzhi entre os melhores. Com a chegada do Eto'o, com aqueles valores todos envolvidos, tive alguns pequenos probleminhas no balneário e tinha que conversar com os atletas russos e explicar o porquê de o Eto'o estar ali. Mas chegou a um momento em que o Eto'o pensava em interferir no meu trabalho, controlar o clube, ocupando o meu lugar e o do Guus (Hiddink, treinador do clube na época). A gente falava uma coisa, e ele ia no jogador e falava outra. Isso foi me estressando, e avisei que ia pegar minha mala e ir embora. Ninguém acreditava, porque eu tinha um contrato de quatro anos. Mas aí liguei para o clube e cheguei a um acordo», revelou.

Contratado em 2011, ao Inter de Milão, Eto'o chegou ao Anzhi para comandar a equipa dentro de campo e passou a ser o jogador mais bem pago do mundo, com salário de cerca de 20 milhões de euros anuais.

No mês passado, o camaronês deixou o clube russo para assinar com o Chelsea. Roberto Carlos explica: «Eu conheço o Eto'o desde os 16 anos, e desde aquela época sempre foi um cara que eu gostava muito, mas queria se meter onde não era chamado. É uma boa pessoa, mas a parte onde ele pensa "eu, e não o grupo" prejudicou muito. Quando um jogador, em vez de jogar, fica interessado na contratação de jogadores, indicar amigos... Era confuso, meio estranho. Ele fazia de tudo, menos jogar bola», acusou.