Rui Costa colocou este domingo um ponto final na carreira, decisão que muito ponderou, mas que chegado o momento quase não acredita estar a vivê-lo. Foi com emoção que, aos 36 anos, se despediu dos adeptos e dos jornalistas, aos quais deu a última entrevista como jogador e de equipamento vestido. Fez questão que assim fosse. A gravata fica para quarta-feira.
«Quero aproveitar este momento, agora que estou mais lúcido, para agradecer ao futebol pelo que me proporcionou, pelas alegrias que me deu, pelo meu público, por aqueles que não o foram mas sempre me respeitaram, foram 18 anos. Tenho de me sentir um homem felizardo pela forma como acabo a carreira. É verdade que ainda estou um bocadinho em transe, ainda não me mentalizei que quarta-feira não há treino e que não haverá pré-época para mim. Estou feliz por todos os aplausos e críticas que me fizeram crescer», começou por dizer Rui Costa, já com o relógio a entoar as 12 badaladas, literalmente.
São muitos os «melhores momentos» que viveu, mas se «tivesse de escolher», continua a «considerar o Mundial de sub-20» o mais alto, quando foi e se sentiu «campeão do mundo».

Foram muitos os «quilómetros» percorridos em quase duas décadas de futebol profissional, os títulos conquistados pelo Benfica, Fiorentina e Milan enchem-no de orgulho, mas não ter sido distinguido internacionalmente com um prémio individual afectou-o de forma alguma. «Sinto-me orgulhoso pelo meu trajecto, pela minha carreira, não porque alguma vez me tenha sentido o melhor do mundo, porque tudo o que podia dar ao futebol eu dei. Não se ganha só quando se é o melhor do mundo, com títulos... Fiz tudo o que estava ao meu alcance, independentemente de nunca ter conseguido ser o melhor do mundo.»