A esquema arrojado apresentado por Sá Pinto frente ao Gil Vicente não surgiu do nada. Foi a ideia que o treinador do Sporting defendeu, deixando-se levar numa longa explicação por que fez entrar Carrillo em campo, tendo depois virado o resultado e conquistado os três pontos.
«Tudo que fazemos é preparado e trabalhado. Estudamos bem os nossos adversários, agora o futebol não é uma ciência exata. Não sabia menos antes deste jogo. Temos os meios necessários para preparar bem os jogos. Entrámos com uma dinâmica defensiva, mas pressionantes, quisemos ser audazes e mandar no jogo. Foi uma dinâmica que funcionou bem hoje porque ganhámos.Criámos duas oportunidades, e sofremos um golo, um filme do que se tem passado, e ainda fomos mais fortes mentalmente. Nas duas últimas duas substituições que fizemos sabíamos que não podíamos deixar o Gil organizar-se e sair. Corremos riscos. O Carrillo entrou para a esquerda, onde é forte no um para um, dá-nos largura. Assim tínhamos o Viola e o Ricky [Van Wolfswinkel] por dentro e soltámos o Labyad para as costas dos dois pontas. Com blocos baixos é importante ter alguém ali para rematar à entrada da área. Deixei o Marat [Izmailov] mais fixo no meio, é um jogador experiente e inteligente, ainda a crescer fisicamente, escolhe sempre a melhor linha de passe. Senti que ele podia ficar mais fixo. Na parte final, encostei o Insúa do lado esquerdo, porque o Carrillo vinha para jogo interior. O Viola acabou com cãibras, Jeffrén também joga bem nas alas. Nem sempre fomos organizados. A criatividade dos jogadores do Sporting também ajuda a solucionar para que possamos ganhar jogos. »
Sá Pinto estava a ver o mesmo filme dos outros jogos, mas a força mental dos jogadores foi decisiva para virar o resultado. «O que faltou nos outros jogos foram golos. Sabendo sempre que temos de melhorar, que temos de ter mais preocupações no último terço, na forma de estar nos últimos metros. O Sporting pode melhorar. Tem controlado, tem feito mais ataques, mais remates e faltava o golo. Mas foi uma vitória tirada a ferros. Parece surreal mas é verdade. Quando não se ganha nos jogos anteriores tudo acontece. Espero que não aconteça mais. O Sporting hoje foi forte e jogou com alma. Hoje ficou mais uma vez demonstrada a união do grupo. Ganhámos, ganhámos no últimos minutos, e tivemos uma adversidade que, em 60 minutos, o nosso adversário fez-nos um remate e um golo. Entrámos com uma vontade enorme de marcar cedo. Uma equipa como o Sporting precisa fazer golos para ganhar jogos», concluiu.