Personalidade forte, incandescente até. Um feitio duro, autoritário, mas também companheiro e afável nos momentos certos. Em traços largos, assim se pode definir Luiz Felipe Scolari, seleccionador nacional há cinco anos.
No contacto com a comunicação social, por exemplo, desde cedo o brasileiro se mostrou um bom fazedor de títulos. Sem tempo para frases com meias medidas e «paninhos quentes», os cronistas agradecem e embelezam os trabalhos com parangonas atraentes.
O Maisfutebol foi ao seu arquivo e recorda-lhe algumas das pérolas mais brilhantes de Scolari. Para sorver com atenção.
Luiz Felipe Scolari em discurso directo:
«Só me falta ser campeão da Europa. Pode ser com Portugal», 17/11/2002
«Título europeu não é uma promessa, mas é um objectivo», na sua apresentação como seleccionador de Portugal, 14-12-2002
«Como brasileiro quem tem de pensar nele é Parreira», sobre Deco, 13-1-2003
«Neste momento, para este jogo, estes são os melhores. Neste momento estes dois não foram convocados. Posso convocar qualquer português, de qualquer equipa do campeonato. Não posso é convocar o Marco Aurélio, porque é brasileiro», sobre as ausências de Vitor Baía e João Vieira Pinto, na sua primeira convocatória, 6-2-2003
«Mourinho não tinha nada que estar aqui hoje. Fui muito bem recebido por quem cá estava e muito bem acompanhado na visita. Não me faltou nada. Além disso, ele tem um jogo muito importante hoje», no Estádio do Dragão, 13-3-2003
«Não considero a integração de um jogador um problema. Estou acostumado, em 17 anos como jogador e 22 como treinador, a não haver problemas entre jogadores. Em campo brigam, chutam-se, terminado o jogo todos se encontram e é uma festa muito grande. Cada um tem a sua ideologia, o seu pensamento e expressa-o porque não queremos jogadores como vaquinhas de presépio. Cada um expressa o seu pensamento, mas existe uma liderança e um comando que é o meu», a propósito da liberdade de dar opiniões, 20-3-2003
«Derrota contra a Espanha foi legal pra caramba», depois da derrota frente à Espanha, em Guimarães, 2-10-2003
«O dia em que não sair vaiado será uma festa. Queriam que saísse aplaudido estando a perder?», questionou, depois do pobre amigável diante da Albânia, 12-10-2003
«Você está abusando, você sabe que é uma pergunta que não vou responder. Como vem lá do Porto quer fazer a volta, volta, não precisa ter volta nenhuma. Ai é de Lisboa, graças a Deus», para um jornalista que o questionara sobre a ausência de Vitor Baía nos convocados, 14-11-2003
«Eles são inteligentes. Têm 30/31 anos e sabem o que querem. Se eles entendem que é a altura ideal eu assino por baixo», sobre os abandonos de Rui Costa e Figo, 22-3-2004
«Sou uma pessoa de bom humor. Gostei, achei divertido. Tenho bom humor, apesar da cara feia», depois de os jornais terem dito, no dia das mentiras, que tinha sido despedido, 3-4-2004
«Desde que cheguei em Portugal, enfrento essa situação difícil com o Porto. Não sei se é pelo Vítor Baía. Eu só quero o meu direito de trabalhar. Eu já tenho muita rodagem e não ligo mais para isso», sobre os seus problemas com o F.C. Porto, 10-4-2004
«O F.C. Porto é um modelo, também vamos ter uma equipa com aquela atitude», referindo-se à equipa liderada por José Mourinho, 8-5-2004
«Normalmente um jogador só está presente em casa no dia do casamento. Nasce um filho ele não está, é padrinho de casamento ele não está, a primeira comunhão do filho também não está presente, tem de jogar», 3-6-2004
«Depois disto, para o Benfica, a partir de agora, a partir do comunicado que alguém organizou, eu não vou. Parabéns a quem conseguiu isso», sobre o alegado acordo que teria para treinar o emblema da Luz, 8-6-2004
«Há gente que fica com a mesma namorada seis ou sete anos, casa e um mês depois separa-se. Isso acontece porque nunca viveu com ela no dia-a-dia. Nunca dormiu com ela e não conheceu a sua cara de manhã. Bem feia!», 19-6-2004