Ricardo Carvalho está a viver o regresso à seleção como há dez anos quando ganhou o lugar a Fernando Couto na fase final do Euro-2004. O central diz que nunca perdeu a esperança de um dia regressar, mas agora está disponível para tudo, para jogar, se o selecionador assim o entender, ou para ajudar os mais novos a conquistar o seu espaço.

«A esperança estava lá sempre no fundo para jogar bem no meu clube. Tinha a esperança que poderia chegar. Não recebi telefonema, recebi a convocatória, soube no próprio dia por fax. Quando soube, toda a gente mandou mensagens, falei com toda a gente, foi uma alegria enorme. Foi um dia muito importante para mim, depois de estar três anos sem representar o meu país», começou por contar.

Um regresso aos 36 anos com o objetivo imediato de ajudar a garantir a qualificação para o Euro-2016. O experiente defesa entende que se fale em renovação, mas considera que a prioridade tem de ser na qualificação para a fase final. «Acho que sim, o principio tem de ser esse. Na fase de qualificação para 2004, em 2003, fiz poucos jogos, mas depois cheguei à fase final e fiz o Europeu que todos nós sabemos. Claro que é importante estar presente em 2006, temos de pensar jogo a jogo e ganhar confiança», prosseguiu.

Além de Ricardo Carvalho, regressam também outros jogadores experientes, como Tiago e Danny. Ricardo Carvalho entende que cabe aos mais novos lutar por oportunidades «Todos nós que regressámos , também regressámos porque estamos bem nos nossos clubes, senão não estávamos aqui. A prioridade é a renovação da seleção, mas no meu tempo quem jogava na minha posição era Fernando Couto. Os jogos de qualificação foi ele que os fez, mas depois joguei a fase final. O Fernando Couto era um exemplo, senti sempre o apoio dele apesar de ter feito os jogos todos no Euro-2004», recordou.

Os objetivos agora são diferentes. Ricardo Carvalho está preparado para tudo. «Tenho a minha idade, tenho experiência. Estou preparado para jogar os dois jogos, se o mister assim o entender, ou nenhum. Ou zero ou 180. Mesmo que não jogue, o mais importante é estar aqui na próxima chamada para ajudar o meu país», contou.

O defesa do Mónaco quer ajudar enquanto puder, se possível chegar ao Campeonato da Europa, mas reconhece que daqui a dois anos vai ser mais difícil estar ao mesmo nível. «A verdade é que neste momento não ponho a fasquia tão alta. Depois de uma certa idade, pensamos anos ano. Tenho um contrato de um ano e com a minha idade, tudo irei fazer para continuar a jogar, para renovar o meu contrato e continuar a jogar, Se tiver possibilidades de estar no Euro, muito bem».

Em 2004, Ricardo Carvalho contou com o apoio de Fernando Couto, mas nesta convocatória todos os centrais têm mais de trinta anos, não há ninguém para aprender. «Temos de ter um pouco de paciência. Ninguém imaginava que em 2004 eu ia surgir a uma nível tão alto. Toda a gente pensava que ia ser o Couto e Jorge Andrade e apareci eu. Não podemos adivinhar o futuro, mas falo com o Bernardo Silva que me diz que há jogadores com muito potencial nas seleções mais jovens. Estou preparado para ajudar quem apareça», comentou ainda.