Oito jogos, oito vitórias. Portugal qualificou-se para o play-off do Campeonato da Europa de 2015 com o pleno de vitórias, fechando esta fase, em Rio Maior, com o oitavo triunfo frente ao Azerbaijão (3-1). Depois de uma boa primeira parte, Portugal sentiu mais dificuldades na segunda, permitiu o empate, mas acabou por dar a volta por cima diante de um adversário duro que acabou o jogo reduzido a nove. O sorteio do play-off está marcado para sexta-feira.

Confira a FICHA DO JOGO

Com a estreia de Rúben Neves, que jogou à frente da defesa, Portugal entrou em campo distribuído num losango, com Marcos Lopes no apoio ao ataque e Rafa e João Mário a descaírem sobre as alas. Um meio-campo criativo no apoio a um ataque muito móvel, com Iuri Medeiros e Ricardo Pereira a jogarem bem abertos na frente. A mobilidade de Portugal provocou desequilíbrios, desde cedo, na defesa azeri, que sentiu muitas dificuldades para travar as investidas dos comandados de Rui Jorge, sobre tudo na ala direita, por onde Ricardo Esgaio subia muitas vezes para combinar com Rafa e Iuri Medeiros.

Ricardo Pereira esteve muito perto de marcar, logo aos 9 minutos, num lance polémico, interrompido pelo árbitro, mas Portugal acabou por chegar à vantagem logo a seguir, aos 13, com um remate cruzado de Rafa, depois de uma boa combinação entre Medeiros e Esgaio sobre o flanco. Uma vantagem lógica num jogo de sentido único, com a equipa portuguesa a derramar imaginação na procura de espaços diante de um adversário encolhido e inofensivo (apenas um remate aos 36 minutos na primeira parte).

As oportunidades sucederam-se a um ritmo vertiginoso, com o aproximar do intervalo, com destaque para as ocasiões flagrantes de Rúben Neves, Marcos Lopes e Ricardo Pereira. A vantagem mínima ao intervalo não traduzia da melhor forma o intenso domínio dos portugueses que partiam para o balneário a prometer muito mais para a segunda parte.

Afinal não é tão fácil...

Ilusão. A verdade é que o Azerbaijão, com uma alteração ao intervalo, conseguiu encontrar um ponto de equilíbrio e, em simultâneo, encravar as movimentações dos portugueses que demoraram a reencontrar-se no segundo tempo. Pelo meio, o Azerbaijão chegou mesmo ao empate, depois de uma falta desnecessária de Paulo Oliveira, que permitiu a Abatsiyev atirar para as redes de José Sá, na conversão de um livre direto à entrada da área.

Rui Jorge reagiu de imediato, lançando Tomané para a frente de ataque. Portugal passava a jogar em 4x3x3, com o avançado do V. Guimarães a passar a ser a principal referência de um ataque mais fixo. Pouco depois, o selecionador esgotava as substituições com as apostas em Tozé e em Carlos Mané para um último forcing. Era o tudo por tudo, na procura do pleno, nos últimos vinte minutos de jogo. Portugal voltava a assumir a batuta e carregava com tudo o que tinha, obrigando os azeris a um jogo mais duro na defesa da sua área [nove cartões amarelos].

A pressão portuguesa acabou por ter resultados, aos 82 minutos, na sequência de um pontapé de canto, com Edgar Ié, brilhante, a recuperar a vantagem com uma recarga, depois de parar a bola com o peito. Logo a seguir o Azerbaijão ficava reduzido a dez e, depois, a nove, com Tashkin e Äliyev a verem segundos cartões amarelos, este último depois de uma falta sobre Carlos Mané, já no interior da área, que permitiu a Ricardo Esgaio matar definitivamente o jogo com o terceiro golo português desde a marca dos onze metros.

Portugal termina, assim, esta fase de qualificação de forma quase perfeita, com vitórias em todos os jogos, 22 golos marcados e apenas seis consentidos. Falta agora conhecer o adversário do play-off que vai ser apresentado no sorteio que está marcado, para Nyon (Suíça), para a próxima sexta-feira (13h00 de Portugal).