A atleta sul-africana Caster Semenya, medalha de ouro dos 800 metros nos Mundiais de Berlim, está «profundamente abalada» com a especulação da imprensa em torno do seu género.
«Semenya acaba se chegar à idade adulta, ela é demasiado jovem para lidar com esta situação. Está totalmente devastada por tudo o que se tem dito e escrito sobre ela», contou a sua porta-voz, Phiwe Mlangeni-Tsholetsane ao britânico «Daily Telegraph».
O jornal australiano «Sidney Morning Herald» avançou com a informação de que Semenya é hermafrodita, embora a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) ainda não tenha confirmado a veracidade dos resultados apresentados.
O diário australiano afirma que os testes feitos a Semenya, no final dos Mundiais, revelaram que esta possui testículos ocultos internamente, não possuindo útero nem ovários, embora os seus órgãos externos sejam femininos. Esta notícia terá deixado a sul-africana numa grande instabilidade emocional, segundo dizem os amigos e dirigentes federativos.
Na imprensa da África do Sul diz-se que a federação era conhecedora de que Semenya teria dois sexos, mas rejeitou a hipótese de esta não competir, para tentar ganhar mais uma medalha para o país. Este será mesmo o verdadeiro motivo por trás da demissão do treinador da atleta, Wilfred Daniels, há duas semanas. A IAAF vai anunciar os resultados oficias em Novembro.
Semenya espantou o mundo pela facilidade com que, aos 18 anos e na segunda prova como sénior, venceu a prova dos 800 metros nos Mundiais de Berlim, deixando muito para trás a campeã em título e ficando muito perto de bater o record do mundo da especialidade.
O norte-americano Carl Lewis culpou a Federação Sul-Africa pela exposição a que sujeitou a sua atleta.