O desporto português nunca foi de criar muitos heróis, nem para consumo interno. Tem que ver com a nossa grandeza, somos grandes em muito pouco.
É certo que há nomes que, com toda a justiça, fazem parte da nossa história. Nomes que às vezes nos fizeram ficar acordados de madrugada, a olhar para muitos quilómetros de distância, enquanto conquistavam medalhas para este pequeno país.
Nomes que se superaram, que superaram andarmos sempre a correr atrás do futuro e dos outros em quase todas as modalidades, conseguindo verdadeiros milagres. Nomes que vocês já conhecem, fazem parte do vosso imaginário, e que merecem ser recordados por vocês a seguir a este ponto final.
(...)
Não são assim tantos, não é verdade?
Depois, há o futebol-eucalipto, que seca tudo à volta. Sobretudo neste país, que não tem olhos para mais nada. O futebol cria heróis a cada golo e a cada finta, reclama todas as atenções, todo o tempo de conversa e não deixa espaço para o que é verdadeiramente notável. Claro que há exceções, algumas com Bolas de Ouro.
Numa disciplina com tradição recente por cá, o currículo de Nélson Évora é, só por si, notável.
Mais notável ainda é, com 30 anos - quase seis (sim, seis) depois do último grande resultado, a medalha de prata nos Mundiais de Berlim - ter voltado a este nível.
E ainda mais notável é ter passado por duas fraturas na tíbia, uma por stress, e uma operação ao joelho para corrigir um problema na cartilagem, quando atravessava o melhor momento da carreira, depois do título mundial em Osaka e da medalha olímpica em Pequim.
Mais uma vez, notável.
Nélson Évora tem, parece-me evidente, lugar na galeria dos heróis do desporto português. Enorme!
Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER.
Sobe
9 mar 2015, 00:38
Nélson Évora já ganhou lugar na galeria dos nossos heróis
Uma carreira notável, com um regresso ainda mais notável.
Uma carreira notável, com um regresso ainda mais notável.
VÍDEO MAIS VISTO
NOTÍCIAS MAIS LIDAS