Nani é um fora de série.

É aqui que os adeptos do Sporting acenam que sim, e os outros vão lembrar os momentos na carreira em que não mostrou golos como aquele que assinou frente ao Gil Vicente.

Aceitem ou não, Nani é um talento enorme do futebol português, e nunca poderia ter havido dúvidas disso. Nem nos tempos menos entusiásticos de Manchester, nem no pós-lesão neste regresso a Alvalade. 

O avançado não é, no entanto, capaz de estar a tocar o céu durante uma época inteira e, apesar de ter feito sonhar as bancadas de Alvalade, é injusto que lhe coloquem em cima todas as ambições do clube nesta temporada.

O Sporting precisava de Nani, sim, mas não só.

Olhamos para a defesa dos leões e vemos que Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo têm crescido em cima de reforços desperdiçados, pelo menos a curto prazo, como Sarr, Rabia e Ewerton. E pisado ainda em cima das saídas de Rojo, Dier e Maurício. 

O meio-campo progrediu metros com João Mário, que veio de Setúbal para fazer o que Rosell, Slavchev e o fugitivo Shikabala não acrescentaram, com os adeptos a fazer contas desde o início ao momento em que André Martins iria apagar-se como em anos anteriores.

Na frente, Tanaka tem aparecido sim, a espaços, mas ninguém pode ainda ter dúvidas de que a ida de Slimani à CAN estava desprotegida, apesar do esforço da equipa em manter a velocidade de cruzeiro na pressão aos rivais.

Carrillo tem crescido e tem sido, à sua maneira, um reforço para os leões, quando comparado com a inconstância do passado. Já Capel conta para cada vez menos. 

O golpe que foi Nani no mercado merecia outros tiros certeiros, e não necessariamente da mesma dimensão. Porque se gastaram alguns milhões que poderiam ter sido mais bem aproveitados.

Nani voltou para isto, para puxar para cima uma equipa que, contudo, ainda não tem tempo de aprendizagem suficiente ou força para conseguir voar.

Foi um dos golos da época. Já valeu a pena teres voltado, rapaz!

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no Twitter.