O capitão da GNR do Destacamento Territorial de Sintra negou hoje a existência de gangs em Rio de Mouro e garantiu que o duplo homicídio de domingo à noite na estação dos comboios foi um acto isolado.

«Foi uma situação isolada», adiantou à agência Lusa o capitão Machado, referindo-se ao homicídio de dois jovens com uma arma de fogo, na noite de domingo, em Rio de Mouro. O capitão da GNR afasta a possibilidade de as mortes terem ocorrido no âmbito de uma luta entre gangs afirmando que essa realidade não existe naquela localidade. «Não temos gangs, temos é grupos de jovens que por uma questão territorial muitas vezes se organizam e geram rivalidade», considerou.

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Alguns habitantes de Rio de Mouro consideraram, em declarações à Lusa, que existe pouco policiamento nas ruas, o que provoca sentimentos de insegurança nas pessoas. O capitão Machado discorda e garante que a GNR apostou muito no patrulhamento de proximidade à porta das escolas e das estações de comboios, não tendo sido detectado nenhum furto nestes locais.

Também o padre Carlos, da Igreja Matriz de Rio de Mouro, afirmou que o duplo homicídio foi um caso esporádico. «Não tenho grande noção da situação em Rio de Mouro. Ouço falar de assaltos, mas coisas muito esporádicas», referiu o padre Carlos. O pároco indicou que existem 120 famílias carenciadas nesta freguesia de 60.000 habitantes e que vivem sobretudo nos bairros da Serra das Minas e da Rinchoa.

Hoje, à meia-noite, a GNR dá lugar à PSP na jurisdição de Rio de Mouro, passando de 30 guardas para cerca de 55 agentes da polícia.

O suspeito de ter morto dois jovens na noite de domingo em Rio de Mouro ficou em prisão preventiva, depois de ter sido ouvido hoje no tribunal de Sintra, segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ). O jovem, de 16 anos, residente no Cacém, vai ficar no Estabelecimento Prisional de Lisboa.