Stojkovic
O pesadelo tem um nome. Stojkovic. Tem apenas 23 anos e pelo menos a avaliar pelo jogo desta noite uma carreira muito promissora pela frente. Muito concentrado, dono de um excelente sentido posicional, com enorme elasticidade e grande capacidade de reacção, o guarda-redes sérvio parou tudo o que havia para parar. Principalmente nos dez minutos que se seguiram ao golo da sua equipa, nos quais segurou o apuramento com quatro defesas fantásticas, a primeira com os pés a remate de Bevacqua, logo depois num livre de Hugo Leal, seguiu-se a melhor de todas num cabeceamento de Nunes e por fim mais duas estiradas na mesma jogada, a remate de Davide e a cabeceamento de Madrid na recarga. O recital continuou na segunda parte com uma excelente estirada, por exemplo, a remate de Rossato.
Hugo Leal
Se houve jogador que não mereceu esta eliminação, então foi Hugo Leal. O médio esteve enorme no esforço, na vontade, na generosidade. Defendeu, atacou, finalizou, fez tudo para que o desfecho fosse outro. Mesmo quando as coisas não saíam bem nunca baixou os braços, deu mais uma corrida, voltou a pegar na bola, voltou a organizar o jogo, a lutar contra o excesso de pernas, a criar situações de ataque. Pelo caminho ainda ficou perto do golo na marcação de um livre, mas esta não era a noite do Sp. Braga.
Nunes
O jogo não começou feliz para o central bracarense, que logo aos dez minutos permitiu, juntamente com Nem, que Zigic cabeceasse para Purovic marcar o golo da eliminação. Subiu muito de rendimento depois, cotando-se como um dos melhores. Quer a defender, onde esteve impecável, quer a atacar, onde foi uma fonte de problemas nas bolas paradas. Numa situação ficou muito perto de marcar, mas Sojkovic não o deixou, tendo voltado a tentar depois, numa simulação que não enganou o guarda-redes sérvio.
Madrid
Um destaque que se justifica pelo suor que trouxe ao jogo e pela agressividade que transmitiu à equipa. Ele que esteve em todo o lado, muito bem a fazer as compensações na altura em que o Sp. Braga dava tudo no ataque, mas muito bem também na forma como se integrava na área adversária quando o podia fazer, conseguindo mesmo ganhar espaço para algumas oportunidades de finalização, uma das quais obrigou Stojkovic a brilhar. Deu o exemplo que guiou os colegas. Só foi pena não ter chegado.
Abel e Jorge Luiz, para esquecer
Num jogo que era encarado como um dos mais importantes da história do Sp. Braga, exigia-se que os jogadores se transcendessem. Abel e Jorge Luiz não transcenderam, nem sequer estiveram à altura do que costumam fazer. Principalmente o brasileiro que se fartou de perder bolas e não deu profundidade ao ataque. Ele que costuma ser dos jogadores mais incisivos e que mais situações de perigo cria. Abel falhou nos centros e deixou Purovic ganhar posição para o golo adversário. Enfim, para esquecer.