Hugo Viana, ganhou-se um trinco?

Miguel Esteves Cardoso escreveu um dia que faz mais falta um bom pedreiro do que um mau arquitecto, ou um bom jornalista do que um mau escritor. A afirmação faz todo o sentido ao olhar para a exibição de Hugo Viana. Foi trinco, logo à frente da defesa, e trouxe à equipa uma grande vantagem: recuperação de bolas com ordem. Ou seja, não só se fartou de recuperar bolas, como recuperou bolas jogáveis, entregando-as sempre bem. Ainda ficou perto de marcar num livre que bateu em Spearing e num canto que Reina defendeu com dificuldade. Mas o essencial desta noite é que se perdeu um médio ofensivo razoável para se ganhar um bom trinco.

Sílvio, a felicidade bateu na trave

Aos 39 minutos, quando o Sp. Braga estava por cima, ficou a centímetros do golo: o míssil disparado do meio da rua bateu na trave. Não teve sorte, mas teve mérito. Mérito sobretudo a defender o lado esquerdo, mas também a apoiar o centro, onde surgiu duas vezes a fazer cortes preciosos.

Mossoró, ordem na agitação

Ficou, antes de mais, ligado ao resultado por ter sofrido o penalty que deu origem ao golo de Alan. Ele que adiantou a bola no momento certo e foi tocado por Kyrgiakos. Para além disso trouxe classe e inteligência a um jogo muito esforçado. Dos pés dele a bola saiu sempre com ordem.

Leandro Salino, sempre a crescer

O médio começou ao lado de Hugo Viana e foi cumprindo a missão. Após a saída de Mossoró, e com a subida para médio-ofensivo nos minutos finais, deu nas vistas com uma capacidade física impressionante, que lhe permitiu roubar bolas e matar os minutos de pressão do Liverpool.

Alan para a história: o golo 100

Entrou para a história do Sp. Braga ao fazer um golo marcante: foi o golo 100 do clube nas competições europeias. Um golo também que vale ao intervalo antes da viagem a Liverpool, uma vantagem magra, é verdade, mas preciosa. No resto teve um jogo nada inspirado, mas foi preponderante.

Andy Carroll, virou o jogo do avesso

A dúvida: por que carga de água ficou 56 minutos no banco? Após a entrada em campo de Carroll, o Liverpool foi outro. Aproveitou a estatura do jovem, lançou bolas para a área e criou o pânico na defesa bracarense. Num remate que Sílvio desviou e num cabeceamento ainda criou perigo.

Raul Meireles, cresceu com a equipa

O português teve uma primeira parte para esquecer. Colocado como número dez, fartou-se de perder de bolas e de emperrar o jogo. Na segunda parte, aí sim, a equipa cresceu e Raul Meireles cresceu com ela. Aos 66 minutos cruzou para Kuyt rematar para a melhor oportunidade inglesa: Artur defendeu.