A entrada no jogo foi a doer: o Sporting apareceu cambaleante e aos dezoito minutos já perdia. As boas notícias vieram depois e mostraram uma equipa com força para lamber as feridas.

O leão voltou enfim a ser leão e despachou um frágil Arouca por números muito claros.

Antes de mais convém no entanto sublinhar a palavra frágil quando se fala do Arouca. Parece muito difícil, aliás, o Sporting voltar a encontrar um adversário que cometa tantos erros.

Sobretudo na defesa, a equipa de Pedro Emanuel falhou muito. Falhou em demasia. O primeiro golo de Montero é a prova mais evidente, mas não é a única: dois jogadores saem provavelmente à procura de um fora de jogo após um cruzamento junto à linha. Montero só teve de encostar.

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Ora por aqui já se vê como o primeiro teste foi muito fácil. A resposta leonina, essa, não se compadeceu e foi demolidora.

Como já se disse, o Sporting entrou cambaleante, talvez por causa dos nervos da estreia. Recuperou a partir dos vinte minutos, fez dois golos num instante e tranquilizou-se.

É certo que Rui Patrício ainda fez duas defesas difíceis a remates de Roberto, mas só deu Sporting.

Com um Willicam Carvalho imperial no meio campo, a defender e a lançar o ataque, a equipa sentiu-se segura e superior. Colocou a bola no relvado e tratou de a jogar com uma segurança que é definição do futebol de Leonardo Jardim. Nunca foi avassalador, mas foi recreativo.

Destaques: Montero e Wilson Eduardo, os melhores

Mostrou bons movimentos coletivos, combinações e dinâmica. Fez o empate num golo de bola parada, acalmou-se, colocou o futebol no relvado e marcou mais quatro de bola corrida.

Quase sempre da mesma forma: jogada pelo centro, bola nos extremos e cruzamento à procura de finalização na área.

Wilson Eduardo foi nesse aspeto admirável: deu velocidade, deu profundidade e ainda surgiu a marcar um dos golos. A estrela, porém, foi outra: Montero, claro. Três golos (que são um hat trick para os menos perfecionistas) e excelentes movimentos na zona de finalização. Promete.

«Euforia? Estamos cá para gerir as expetativas»

A estreia do Arouca, já se disse, foi terrível de tão pobre. Saiu vergada a uma goleada no primeiro jogo de sempre na primeira divisão e nem sequer pode queixar-se de nada.

O Sporting, esse, voltou a ganhar na primeira jornada quatro anos depois da última vez: tinha acontecido ainda com Paulo Bento. O que também é notícia.

Só isso já daria azo à euforia em Alvalade: os números gordos tornam impossível não saltar de contentamento.

Foi a maior vitória leonina na Liga em ano e meio, desde o 5-0 ao V. Guimarães em 11 de março de 2012: e na época passada também passaram adversários frágeis por Alvalade.

Para quem sofreu, é normal abrir agora um sorriso rasgado.