A ausência de Pedro Mendes foi uma sombra a pairar em Alvalade na derrota com o Brondby. O médio distingue-se pela lucidez, o sentido de ritmo, e a forma inteligente como sabe matar o jogo adversário, iniciando a construção. Não por acaso, foram essas as lacunas mais notadas na segunda derrota consecutiva do Sporting, que obriga a equipa a transfigurar-se numa semana para conseguir uma proeza na Dinamarca.

Percebe-se, por isso, que Paulo Sérgio tenha referido a lesão do médio como uma das causas imediatas para o apagamento recente da equipa. Mas, tendo razão no que diz, o treinador do Sporting passou também uma ideia de fragilidade: para todos os efeitos, Pedro Mendes está lesionado há três semanas, e pelo que se viu a partir daí, Nordsjaelland incluído, a equipa ainda não encontrou solução para o problema.

Não há varinhas de condão, nem técnicos capazes de fazer milagres, e uma revolução como a que o Sporting tem feito estará sempre sujeita a passos atrás. Mas para ser um candidato com as mesmas ambições dos rivais restantes, estatuto que Paulo Sérgio reclamou no início da época, nunca poderá estar tão dependente de um jogador, por mais competente que este seja.

P.S.: Na Bielorrússia, o Marítimo pagou uma factura excessiva pela inexperiência. A equipa jogou de igual para igual com o BATE Borisov, teve oportunidades para abrir o marcador, mas desmoronou-se de forma comprometedora logo após o 1-0 e reagiu tarde de mais. Foi um desaire pesado e evitável, que hipoteca o sonho da presença na fase de grupos, mas faz parte de um processo de aprendizagem e crescimento. O que não é, de todo, o que está em causa no Sporting.