O Sporting pagou com a própria vida a evidência da  Lei de Murphy. Se algo é para correr mal, vai mesmo correr mal. Mas como Murphy era um otimista, o Sporting foi mais longe do que isso: não há nenhum mal que não possa ficar pior.
 
Por isso somaram-se todos os males possíveis para afastar a equipa da Liga dos Campeões.
 
A derrota em Stamford Bridge não tem ponta de contestação, o Schalke, por outro lado, venceu em Maribor e conjungaram-se as probabilidades que existiam para conspirar contra aquela que não pode deixar de sentir-se a segunda melhor equipa do grupo.
 
Foi enfim um afastamento terrível, duro e perverso. Um afastamento que passa muito, obrigatoriamente, pelo erro de Maurício e Naby Sarr em Maribor, nos descontos do jogo, e pelo erro do árbitro em Gelsenkirchen, também nos descontos do jogo.
 
Quatro pontos que se tornaram decisivos, claro.
 
O Sporting que esteve muito perto de empatar no terreno do Schalke e que venceu com enorme autoridade este mesmo Schalke em Alvalade mostrou no confronto direto que é melhor equipa. Mas isso não bastou. A conspiração, lá está.

Veja como terminou a classificação do Grupo G
 
Esta noite, porém, neste jogo de Londres, aí não houve conspiração. Nem desculpas.
 
O Chelsea foi completamente superior e ganhou bem. Sem contestação. Uma vitória de uma equipa que é superior ao Sporting, mesmo sem três das maiores estrelas da quipa.
 
Mourinho facilitou menos do que imaginava que fizesse.Apostou em titulares absolutos como Cahill, Azpilicueta, Matic, Fabregas e Diego Costa, e só nos dez minutos finais lançou o tal miúdo da equipa B, por exemplo. Levou o jogo muito a sério.
 
A partir daí entrou muito forte no jogo e marcou por duas vezes no quarto de hora inicial. Quinze minutos, portanto, serviram para deixar o jogo tranquilo para o Chelsea.
 
Esgaio cometeu falta sobre Luís Filipe dentro da área e Fabregas abriu o marcador, pouco depois Schurrle tirou Maurício da frente e rematou colocado junto ao poste.
 
O Sporting era por esta altura uma sombra do que pode ser. Acumulava erros individuais e o corredor direito, onde o jovem Esgaio acusou a pressão, era um passador.
 
Só por Carrillo a formação leonina conseguia sair para o ataque. O peruano voltou a ter uma noite inspirada, foi o melhor do Sporting e deixou Filipe Luís com a cabeça às voltas. Mas foi curto. Faltou Nani, claro: para além de Cedric e Jefferson nos corredores.

Confira a ficha do jogo e as notas dos jogadores
 
Carrillo foi curto sobretudo porque Capel passou ao lado do jogo: uma nódoa total.
 
Ao intervalo sentia-se que só o Maribor podia ajudar. Mas Jonathan Silva trouxe uma réstea de esperança. Carrillo, outra vez, inventa uma jogada na direita, cruza, a defesa do Chelsea afasta mal e o lateral argentino enche o pé direito para fazer golo.
 
Com 40 minutos para jogar, dava para sonhar. Mas foi coisa de cinco minutos.
 
O Chelsea voltou a acelerar e empatou logo a seguir, num golo algo polémico porque Matic surge em fora de jogo: Obi Mikel, porém, estava em linha e foi ele que fez o golo.
 
Foram dez minutos trágicos para o Sporting, que pouco depois recebeu a notícia do golo do Schalke em Maribor. A ambição dos oitavos de final tinha durado uma hora.
 
Marco Silva ainda apostou tudo, lançou Montero, Carlos Mané e André Martins, mas o Chelsea teve sempre o jogo controlado: foi só deixando o tempo passar.
 
O Sporting perdeu e perdeu bem: caiu para a Liga Europa e caiu mal.